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Bombardeio americano mata 40 combatentes da Al-Qaeda no Iêmen

"Ao menos 40 combatentes da Al-Qaeda morreram e outros 25 ficaram feridos", declarou à AFP uma fonte governamental local

Agência France-Presse
postado em 23/03/2016 13:51
Adem, Iêmen - Ao menos 40 combatentes da Al-Qaeda no Iêmen morreram em um bombardeio aéreo americano, um duro golpe para a rede extremista que ampliou sua zona de influência se aproveitando da ausência de um Estado central neste país em guerra.

O bombardeio, informaram fontes locais nesta quarta-feira, tinha como alvo um campo de treinamento do grupo jihadista em Hajr, a oeste de Mukalla, uma cidade portuária do sudeste no poder da Al-Qaeda há quase um ano.

"Ao menos 40 combatentes da Al-Qaeda morreram e outros 25 ficaram feridos", declarou à AFP uma fonte governamental local.

Segundo uma fonte tribal, "eram novos recrutas" da AQPA que recebiam treinamento nesta região montanhosa.

"Este é o primeiro ataque aéreo de envergadura do exército americano contra uma posição fixa da Al-Qaeda em Hadramut desde abril passado", declarou à AFP Mustafa al-Ani, especialista do Gulf Research Centre. Foi realizado com aviões de combate que saíram de suas bases marítimas ou do Djibuti, disse.

Até agora os drones americanos costumavam atacar membros da Al-Qaeda que circulavam de carro, lembra o especialista.

A cidade portuária de Mukalla está em poder da Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), que se apoderou dela aproveitando que as forças governamentais concentravam suas forças na luta contra os rebeldes xiitas huthis pró-iranianos.

O Pentágono informou durante a noite sobre o bombardeio, dizendo que havia deixado dezenas de mortos em um campo utilizado por mais de 70 combatentes.

"Este ataque desfere um golpe na capacidade da AQPA de utilizar o Iêmen como base para ataques contra americanos e ilustra nossa determinação em derrotar a Al-Qaeda", justificou o porta-voz do Pentágono, Peter Cook.

Risco de mais ataques

Fontes tribais e governamentais atribuíram inicialmente o ataque aéreo à coalizão militar árabe que atua sob o comando saudita há um ano no Iêmen.

Desde março do ano passado, esta coalizão combate os rebeldes huthis que, em seu avanço em direção ao sul, se apoderaram da principal base aérea do Iêmen, a de Al-Anad, de onde os Estados Unidos precisaram evacuar seus militares.

A guerra contra os huthis permitiu às forças pró-governamentais recuperar cinco províncias do sul. Mas também favoreceu a expansão da AQPA e o assentamento do grupo Estado Islâmico (EI), ativo na Síria e no Iraque.

Consciente do impulso destes grupos jihadistas, a coalizão árabe lançou na semana passada seus primeiros bombardeios aéreos contra redutos da Al-Qaeda em Áden (sul), a capital provisória do país.

"Os americanos se dão conta de que a Al-Qaeda começa a estender sua influência de forma inaceitável depois de ter se dotado de campos para o treinamento de seus simpatizantes", afirma Ani.

Segundo este especialista em segurança, a Al-Qaeda pode "responder ao bombardeio americano de terça-feira".

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