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Milhares de iemenitas protestam contra um ano de campanha militar árabe

A operação árabe, que começou em 26 de março de 2015, tinha como objetivo defender o governo "legítimo" do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi e expulsar da capital os rebeldes apoiados pelo Irã

Agência France-Presse
postado em 26/03/2016 13:43
Sana, Iêmen-
Milhares de iemenitas se reuniram neste sábado na capital Sanaa, controlada pelos rebeldes xiitas huthis, para protestar contra a coalizão liderada pela Arábia Saudita, um ano após o início de sua campanha militar contra os insurgentes.

A operação árabe, que começou em 26 de março de 2015, tinha como objetivo defender o governo "legítimo" do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi e expulsar da capital os rebeldes apoiados pelo Irã.

Um ano depois, não atingiu os seus objetivos e já custou milhares de vidas.

"Juntos contra a agressão tirânica da Arábia Saudita", dizia uma grande faixa exibida na praça Sabine em Sanaa, lotada, enquanto aviões da coalizão sobrevoavam o local, quebrando a barreira do som, a fim de demonstrar a sua força.

A manifestação foi convocada pelo Congresso Geral do Povo, partido do ex-presidente aliado aos rebeldes Ali Abdullah Saleh, que compareceu brevemente ao comício, de acordo com um fotógrafo da AFP.

"Nós estendemos a mão para a paz, a paz dos corajosos, para conversações diretas com o regime saudita sem passar pelo Conselho de Segurança (da ONU)", disse Saleh.

Ele, no entanto, apelou ao Conselho de Segurança a "emitir uma resolução impondo um embargo às armas sobre o regime saudita", de acordo com a agência de notícias Saba.

A tomada de Sanaa e de outras regiões do país pelos rebeldes em setembro de 2014 despertou a preocupação de Riad, temendo que a minoria xiita espalhasse a influência do Irã.

Mas a intensa campanha de ataques aéreos e batalhas terrestres fizeram os huthis recuar no sul, enquanto os jihadistas da Al-Qaeda e do grupo Estado Islâmico (EI) aproveitaram-se do caos para reforçar a sua presença no país.

O conflito no Iêmen já fez mais de 6.300 mortes, a metade civis, segundo a ONU.

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