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Atentado suicida em parque no Paquistão deixa 65 mortos e 340 feridos

No local da explosão, cristãos celebravam a Páscoa; entre os feridos há 50 crianças e várias mulheres, muitos em estado crítico

Agência France-Presse
postado em 27/03/2016 12:44

Ao menos 65 pessoas morreram e 340 ficaram feridas em um atentado suicida neste domingo à noite em um parque em Lahore, grande cidade do leste do Paquistão, onde cristãos celebravam a Páscoa, segundo as autoridades.

O último boletim aponta 65 óbitos e 340 feridos, disse o porta-voz dos serviços de emergência Deeba Shahnaz.

[SAIBAMAIS]Segundo outro funcionário, entre os feridos há 50 crianças e várias mulheres, muitos em "estado crítico".

"Requisitamos a ajuda do exército. Militares estão ajudando no resgate e na segurança", indicou.

O chefe do Estado-Maior do Exército, general Raheel Sharif, presidiu uma reunião de alto nível para coordenar a resposta ao "atentado suicida" e "levar à justiça os assassinos de nossos irmãos, irmãs e filhos".

A explosão ocorreu em um estacionamento perto do parque de Gulshan-e-Iqbal, próximo ao centro da cidade, enquanto a comunidade cristã celebrava o domingo de Páscoa.

"Condeno com firmeza o atentado em Lahore no qual cidadãos inocentes, entre eles mulheres e crianças, perderam a vida", declaroi o líder da oposição, Imran Khan.

Os Estados Unidos condenaram "fortemente o aparente ataque terrorista em Lahore, Paquistão", denunciando "um ato covarde no que foi durante muito tempo um precioso e plácido parque e agora morreram dezenas de civis inocentes".

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, informou que o Papa Francisco foi informado deste "horrível massacre de dezenas de inocentes, que projeta uma sombra de tristeza e angústia sobre a festa da Páscoa".

"Uma vez mais o ódio homicida afeta vilmente as pessoas que estão menos protegidas. Com o Papa, oramos pelas vítimas, estamos ao lado dos feridos, das famílias afetadas por uma imensa dor, dos membros das minorias cristãs afetadas novamente pela violência fanática, e de todo o povo paquistanês ferido".

Horror no parque
Um médico, o doutor Ashraf, descreveu cenas de horror no hospital Jinnah onde trabalha. "Até agora já recebemos mais de 40 corpos e 200 feridos, e a maioria está em situação crítica. Temo que o número de mortos aumentará".

"Estamos atendendo as pessoas no chão e nos corredores do hospital, e segue chegando mais gente" ferida.

O parque Gulshan-e-Iqbal, muito popular, estava especialmente cheio neste domingo de primavera, quando a comunidade cristã celebrava a Páscoa em Lahore, cidade de 8 milhões de habitantes.

Javed Ali, residente de Lahore, 35 anos, cuja casa está situada diante da entrada do parque, disse à AFP que escutou "uma enorme explosão que destruiu as vidraças" de sua residência. "Tudo tremeu, as pessoas gritavam e havia poeira e fumaça por todas as partes".

Em novembro de 2014, um atentado suicida dos talibãs em Wagah, na fronteira com a Índia, matou mais de cinquenta pessoas.

Nos últimos anos, as igrejas têm sido alvos de ataques em Lahore, reduto do primeiro-ministro Nawaz Sharif, na província de Punjab.

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No Paquistão, grupos islâmicos armados atacam com frequência a minoria cristã, que representa cerca de 2% da população deste país muçulmano, predominantemente sunita, de 200 milhões de habitantes.

Alguns cristãos também foram acusados %u200B%u200Bde ter ofendido o Islã, um crime punível com a pena de morte no Paquistão, segundo uma lei controversa de blasfêmia.

Neste domingo, a polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar cerca de 25.000 partidários de Mumtaz Qadri, um islamita executado no mês passado por matar em 2011 o governador de Punjab, Salman Taseer, que se manifestavam em Rawalpindi.

Mumtaz Qadri tinha reivindicado o assassinato, alegando querer vingar Salman Taseer, um político progressista que havia defendido Asia Bibi, uma cristã condenada à morte por blasfêmia.

A manifestação de Rawalpindi não foi transmitida pelos canais de notícias, uma vez que os meios de comunicação estão sujeitos a uma censura crescente do Estado que não quer ver esse tipo de protesto crescer no resto do país.

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