O grupo extremista Estado Islâmico (EI) tem sofrido desde janeiro de 2015 várias derrotas militares no Iraque e na Síria, onde acaba de perder o controle da cidade histórica de Palmira.
[SAIBAMAIS]Os atentados desta semana em Bruxelas mostraram, contudo, que suas redes no exterior são capazes de organizar operações devastadoras, afirmam os especialistas consultados pela AFP.
"Quanto mais terreno o Estado Islâmico perde na Síria e no Iraque, mais o grupo se esforçará para exportar (...) sua violência. O ;califado; vai acabar por se transformar em um conceito exportável, e será cada vez menos uma realidade" no Oriente Médio, declarou recentemente à AFP uma autoridade francesa da luta contra o terrorismo.
Perda de Kobane na Síria
26 de janeiro de 2015: As Unidades de Proteção do Povo curdo (YPG) expulsam o EI da cidade síria de Kobane, na fronteira com a Turquia, depois de mais de quatro meses de luta.
Eles receberam a ajuda dos bombardeios da coalizão liderada antijihadista liderada pelos Estados Unidos.
Em setembro de 2014, o EI lançou uma ofensiva em torno de Kobane (Ain al-Arab, em árabe), capital de um dos três "cantões" da região, onde os curdos desfrutam de certa autonomia desde a eclosão da guerra síria em 2011.
Em meados de junho de 2015, as YPG, apoiadas pelos rebeldes sírios, tomaram Tall Abyad, nas mãos do EI por mais de um ano. Os jihadistas utilizavam a cidade para o transporte de armas e combatentes.
Iraque reconquista Tikrit
31 de março de 2015: As forças do governo iraquiano anunciam a reconquista de Tikrit, berço e reduto do ex-presidente Saddam Hussein, 160 km ao norte de Bagdá.
Milhares de soldados, policiais e milicianos lutaram na batalha de Tikrit, de onde fugira uma boa parte de seus 200.000 habitantes.
Teerã e Washington também participaram da retomada da capital da província de Salahaddin (norte), tomada pelo EI em 11 de junho.
A cidade é povoada principalmente por sunitas.
Curdos iraquianos se apoderam de Sinjar
13 de novembro de 2015: As forças curdas iraquianas, apoiadas pelos ataques aéreos da coalizão, recuperam o controle de Sinjar (norte), cortando assim uma importante rota utilizada pelos jihadistas para suas idas e vindas entre o Iraque e a Síria.
Em agosto de 2014, o EI havia conquistado Sinjar, onde a minoria étnico-religiosa Yazidi foi vítima de extrema crueldade.
Iraque reconquista Ramadi
8 de dezembro de 2015: as forças iraquianas, contando com o apoio da coalizão internacional, recuperam um bairro-chave de Ramadi (oeste), e quinze dias depois entram no centro da cidade sunita.
No final de dezembro, os últimos combatentes do EI abandonaram um complexo do governo na cidade.
Ramadi, 100 km a oeste de Bagdá, é a capital da vasta província de Al Anbar, na fronteira com a Síria. Foi conquistada em 17 de maio de 2015 pelo EI após uma ofensiva fulgurante e uma retirada caótica das forças iraquianas.
Ofensiva em Palmira e Mossul
24 de março de 2016: O exército sírio, com a ajuda do movimento libanês Hezbollah e da aviação russa, entra na cidade de Palmira, 205 km a leste de Damasco, tomada pelo EI em 21 de maio de 2015.
Do outro lado da fronteira, o exército iraquiano, apoiado por milícias e a aviação da coalizão internacional, lança uma ofensiva para retomar Mossul (norte), a segunda maior cidade do país. A operação continua.
Em 27 de março, o exército sírio recupera o controle de toda a cidade de Palmira. Os jihadistas se retiraram para os seus redutos de Raqa e Deir Ezor, mais ao norte.