Bagdá, Iraque - O Parlamento iraquiano concedeu prazo até quinta-feira ao primeiro-ministro Haider al-Abadi para que apresente um novo gabinete responsável pela reforma das instituições, ao mesmo tempo que os seguidores de um clérigo influente permanecem acampados no centro de Bagdá para pedir mudanças.
[SAIBAMAIS]O primeiro-ministro tem como prazo até quinta-feira para apresentar um novo governo, afirma o presidente do Parlamento em um comunicado. Fontes parlamentares afirmaram à AFP que 170 deputados dos 245 presentes votaram a favor do prazo. "Se Al-Abadi não conseguir apresentar um novo governo, terá que se explicar no sábado ao Parlamento", afirmou Haidar al-Mutlaq, deputado da coalizão integrada pelo ex-primeiro-ministro Nuri al-Maliki.
Pressionado pelas grandes mobilizações populares de meados de 2015, o primeiro-ministro prometeu a formação de um gabinete com enfoque mais tecnocrata, para combater a corrupção. Estas reformas enfrentam uma resistência dos partidos, incluindo a formação xiita do próprio Al-Abadi. Há 10 dias, o primeiro-ministro enfrenta a pressão adicional das mobilizações lideradas pelo clérigo xiita Moqtada Sadr, com pessoas acampadas na entrada da denominada Zona Verde, que abriga as principais instituições do país. Os manifestantes pedem reformas institucionais e também protestam contra a corrupção.
Durante uma visita a Bagdá no fim de semana, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu aos políticos iraquianos que apoiem as propostas de reforma do primeiro-ministro. Ban também destacou que as mudanças devem acontecer no Executivo e no Legislativo, além do fato de que a reforma deve contar com um sistema Judiciário independente. A queda dos preços do petróleo teve um efeito devastador para a economia iraquiana, que já estava muito abalada pela guerra contra o grupo Estado Islâmico (EI).