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Charlie Hebdo volta a criar polêmica com capa sobre atentados de Bruxelas

Capa da edição que chegou às bancas francesas nesta quarta-feira (30) tem ilustração de pedaços de corpos das vítimas dos ataques terroristas

Fernando Jordão - Especial para o Correio
postado em 30/03/2016 16:41

Capa da edição que chegou às bancas francesas nesta quarta-feira (30) tem ilustração de pedaços de corpos das vítimas dos ataques terroristas

Conhecido por seu humor ácido, o jornal satírico Charlie Hebdo chegou às bancas francesas nesta quarta-feira (30/3) com mais uma capa polêmica. Assinada pelo diretor da publicação, o cartunista Laurent ;Riss; Sourisseau, a charge faz uma brincadeira de gosto duvidoso com os recentes atentados terroristas à Bélgica.

A imagem faz referência à música ;Papaoutai;, onde o rapper belga Stromae questiona ;Papai, onde está você?;. Além de uma caricatura do cantor posicionada à frente de uma bandeira da Bélgica, a capa tem ainda pedaços de um corpo respondendo ;aqui;, ;aqui;, ;lá;, ;e lá também;. No topo da charge, o jornal afirma que o país europeu está ;confuso;. Stromae é famoso no Brasil por ser o autor da faixa ;Alors on Danse;.

Capa da edição que chegou às bancas francesas nesta quarta-feira (30) tem ilustração de pedaços de corpos das vítimas dos ataques terroristas

Em sua página no Facebook, o jornal francês antecipou outras ilustrações ; também com referências aos atentados em Bruxelas ; que estarão na edição desta semana. Entre elas, uma que mostra pessoas sem as pernas, dizendo que o aeroporto da capital belga ;retornou à normalidade; e outra em que dois torcedores com as vísceras expostas apóiam a Bélgica na Eurocopa, que será realizada entre junho e julho na França.

O Charlie Hebdo ficou conhecido em todo o mundo em janeiro do ano passado, após sua redação ser atacada por jihadistas em retaliação à publicação de charges de Maomé. Na ocasião, 12 pessoas morreram e 11 ficaram feridas, entre elas, o próprio Riss, que levou um tiro no ombro. Mesmo com o atentado, o Charlie não recuou e seguiu ironizando o profeta islâmico. Na data em que o ataque completou um ano, por exemplo, o jornal publicou um desenho de Maomé correndo armado, afirmando que ;o assassino continua solto;.

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