postado em 02/04/2016 14:55
O presidente dos Estados Unidos disse hoje (2), em um pronunciamento à nação, que todos os países devem se unir para evitar que armas nucleares ;possam chegar às mãos de terroristas;. Mais de uma semana após os atentados de Bruxelas, Obama disse que essa união deve buscar também eliminar o grupo terrorista Estado Islâmico.Toda semana, o presidente Obama faz um pronunciamento à nação, em que divulga a posição do governo norte-americano sobre a questão mais importante do momento. O de hoje abordou a Cúpula sobre Segurança Nuclear, que reuniu durante dois dias, em Washington, mais de 50 líderes mundiais. A Rússia não compareceu à reunião, que terminou ontem (1), alegando que não conseguiu contribuir para a elaboração da agenda que estabeleceu os temas do encontro.
[SAIBAMAIS]A posição do Brasil na Cúpula Nuclear incluiu a ideia de que a proteção de materiais nucleares não irá se fortalecer se ficar exclusivamente dirigida a instalações civis, deixando de lado os armazenamentos militares. O Brasil foi representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. ;Temos mecanismos e legislação apropriados e eficientes para prevenir o terrorismo;, disse Vieira, ao ressaltar que o Brasil está comprometido com o fortalecimento da segurança física nuclear. ;Esses esforços continuarão durante os Jogos Olímpicos do Rio;, em agosto.
Atualmente, nove países concentram mais de 15 mil armas nucleares ; Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte. Mais de 90% das armas estão concentradas nos Estados Unidos e na Rússia.
No pronunciamento de hoje, o presidente Obama destacou que a cooperação das nações sobre o tema da segurança, reafirmada na Cúpula Nuclear de Washington, permitiu a remoção de materiais relacionados com 150 armas nucleares para local seguro. ;Essas armas nucleares nunca vão cair em mãos de terroristas;, disse.
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O ministro brasileiro das Relações Exteriores observou que, em 16 de março deste ano, a presidenta Dilma Rousseff assinou uma lei que tipifica o terrorismo como crime e regulamenta procedimentos judiciais relacionados com o terrorismo.
Vieira afirmou que a proteção de materiais nucleares está sob a supervisão da Agência de Energia Atômica Internacional e também da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares. O embaixador disse que há uma profunda confiança entre o Brasil e Argentina no campo nuclear, que começou há 25 anos.
Desarmamento
O ministro Vieira chamou a atenção, durante a Cúpula Nuclear, para um o conteúdo da declaração ;Em maior segurança: olhando adiante;, assinado pelo Brasil e 15 outros países. Segundo ele, o documento tem ;uma visão mais ampla dos desafios que enfrentamos no campo da questão nuclear;.
Para ele, a proteção de materiais nucleares não irá se fortalecer se ;nossos esforços ficarem apenas nos materiais nucleares; localizados em instalações civis. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, 83% dos materiais usados em armas nucleares estão armazenados em instalações militares, que não estão cobertas por nenhum mecanismo internacional que mereça ampla confiabilidade.