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Governo venezuelano lança plano de distribuição de alimentos porta a porta

Medida é uma das iniciativas tomadas pelo país para combater o desabastecimento de mais de dois terços dos produtos básicos de consumo

Agência France-Presse
postado em 03/04/2016 23:07
O governo venezuelano lançou neste domingo um plano de distribuição de alimentos porta a porta através de um "cartão de abastecimento" que será entregue aos beneficiários de programas sociais, como parte de uma estratégia para mitigar a severa crise de escassez que o país enfrenta.

"Com este impulso dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), começa o sistema popular de distribuição de alimentos casa por casa", disse o presidente Nicolás Maduro em uma transmissão da TV governamental no estado de Vargas (norte).

O governo distribuirá bolsas de alimentos aos beneficiários de seus programas sociais por meio de um "cartão de abastecimento certo (...) para que todo o mundo esteja recenseado e assegurado", explicou o presidente.

Ele afirmou, ainda, que o cartão busca garantir a entrega de um "subsídio direto ao lar que dele necessita" e evitar a revenda de produtos subvencionados pelo Estado com sobrepreço, uma prática conhecida na Venezuela como "bachaqueo".

A iniciativa se soma a uma série de medidas tomadas pelo presidente venezuelano para combater o desabastecimento de mais de dois terços dos produtos básicos.

No final de fevereiro, Maduro anunciou a criação de uma empresa produtora de alimentos administrada pelos militares e pôs em andamento um programa de agricultura urbana.

O governo atribui o desabastecimento a uma "guerra econômica" desferida por empresários para desestabilizá-lo.

Em contraste, os produtores se queixam que não recebem divisas do Executivo para adquirir matérias-primas e produzir no país, razão pela qual têm uma dívida de 12 bilhões de dólares junto a fornecedores internacionais.

A Venezuela atravessa uma séria crise, agravada pela queda dos preços do petróleo - que responde por 96% das divisas do país - e que se traduziu em uma carestia que afeta mais de dois terços dos produtos básicos, com uma inflação de 180,9% em 2015.

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