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Polícia descobre vala comum com 55 corpos em floresta no Sudeste da Nigéria

O porta-voz dos serviços secretos nigerianos garantiu que já foram feitas "algumas detenções" e que, nos inquéritos, ficou provado que as 55 pessoas foram mortas por membros do grupo separatista

postado em 10/04/2016 17:13
A polícia secreta nigeriana descobriu 55 corpos enterrados em uma vala comum em uma floresta no Sudeste da Nigéria, reduto do grupo separatista Povo Indígena do Biafra (Ipob), responsabilizado pelos crimes pelas autoridades locais.

"[A polícia secreta] pôs a nu o papel odioso desempenhado por membros do Ipob no rapto de cinco residentes [da etnia] Haoussa Fulani", declarou o porta-voz dos Serviços de Defesa do Estado nigeriano, Tony Opuiyo.

Segundo Opuiyo, os corpos dos cinco raptados foram descobertos na Floresta de Umuanyi, no estado de Abia. Para as autoridades nigerianas, eles foram mortos e enterrados sumariamente ao lado de 50 outros cadáveres que ainda não foram indetificados.

O porta-voz dos serviços secretos nigerianos garantiu que já foram feitas "algumas detenções" e que, nos inquéritos, ficou provado que as 55 pessoas foram mortas por membros do grupo separatista.

O movimento separatista Povo Indígena do Biafra foi criado por Nnamdi Kanu, diretor da Rádio Biafra que acabou detido em outubro de 2014 sob a acusação de "propagação de uma agenda de secessão" com a intenção de "liderar uma guerra contra a Nigéria", segundo o governo nigeriano.

A cúpula dirigente de outro grupo independentista local, o Movimento para a Obtenção de um Estado Soberano no Biafra (Massob), já saiu em defensa do Ipob, considerando que as alegações governamentais não são credíveis.

"As alegações [dos serviços secretos] não são credíveis, pois não foram apresentadas quaisquer provas", disse à agência France Presse Uchenna Madu, presidente do Massob, acusando as autoridades nigerianas de tentar fazê-los passar por "grupos terroristas".

A secessão do Biafra, sete anos depois da independência da Nigéria, desencadeou um conflito feroz de três anos (1967-1970), que provocou mais de 1 milhão de mortes.

Grande parte das mortes resulta também da falta de cuidados médicos e, sobretudo, da fome que atingiu a região.

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