Agência France-Presse
postado em 10/04/2016 17:13
Berlim, Alemanha -O presidente da Fifa, Gianni Infantino, reafirmou neste domingo não ter feito nada de ilegal, julgando como vergonhosa a maneira como os ;Panama Papers; apresentaram os contratos assinados pela Uefa com uma empresa ;off-shore; quando o dirigente comandava o departamento jurídico da entidade."Todo o processo (de atribuição dos direitos) foi justo e está bem documentado. A maneira como foi apresentado é simplesmente uma vergonha", se defendeu Infantino em entrevista exclusiva que será publicada nesta segunda-feira pela revista alemã Kicker.
Infantino já havia demonstrado sua "consternação" no dia 5 de abril em comunicado: "Nada indica que um delito tenha sido cometido por parte da Uefa ou por mim. Estou consternado e não aceitarei que minha integridade seja questionada por alguns meios de comunicação".
"O contrato foi negociado detalhadamente pela equipe de marketing e examinado por duas divisões da Uefa, seguindo um processo estabelecido, e por dois diretores da Uefa. No caso, eu era um dos diretores, mas, em função da disponibilidade (de outros dirigentes), poderia ter sido feito por outros diretores", completou.
"Se após a assinatura do contrato os proprietários dos direitos cometerem irregularidades, nem a Uefa nem eu temos que responder por isso", insistiu Infantino, garantido que será inocentado de qualquer suspeita "quando toda a verdade ver posta na mesa".
O jornal alemão Süddeutsche Zeitung, que teve acesso e publicou os ;Panama Papers;, afirmou que em 2006 e 2007 Infantino assinou contratos de concessão de direitos de televisão da Liga dos Campeões por três temporadas com empresários indiciados pela justiça americana no escândalo de corrupção da Fifa.
Segundo informações que surgiram nos ;Panama Papers;, a empresa ;off-shore; Cross Trading, com base em Niue, uma ilha no Pacífico Sul, comprou os direitos da Liga dos Campeões entre 2006 e 2009 por 111.000 dólares e os revendeu à televisão equatoriana Teleamazonas por 311.000 dólares.