Agência France-Presse
postado em 11/04/2016 09:31
Kollam, Índia - A polícia indiana investigava nesta segunda-feira (11/4) seis pessoas pela brutal explosão de domingo em um templo do sul do país provocada por fogos de artifício não autorizados e que deixou mais de 100 mortos. Na noite de sábado milhares de famílias se dirigiram ao templo de Puttingal Devi, na cidade costeira de Paravuren (estado de Kerala), como parte das festividades do Ano Novo hindu.Mas um foguete caiu sobre o depósito dos fogos de artifício que seriam lançados, produzindo uma explosão gigantesca. O balanço atual é de 109 mortos e centenas de pessoas estão sendo tratadas por queimaduras.
A polícia disse que está investigando quem tem a responsabilidade pelo lançamento destes fogos de artifício, que aconteceu apesar de as autoridades do distrito de Kollam, em Kerala, não terem dado autorização.
"Ontem foi aberta uma investigação contra seis pessoas", que não foram detidas, anunciou o chefe da polícia criminal de Kerala, S. Ananathakrishnan. "Na investigação aparecem seis pessoas, três do comitê diretivo do templo e três contratadas para o espetáculo pirotécnico", explicou.
As seis, uma no hospital e as outros cinco em paradeiro desconhecido, estão sendo investigadas por homicídio doloso, indicou. Por sua vez, a polícia disse que está interrogando cinco funcionários do templo que até o momento não foram acusados.
Um homem que vive perto do templo contou que seu filho Adiraj, funcionário de uma fábrica, foi ao show com três amigos. Apenas um sobreviveu. "Estava com seus amigos perto da estrutura onde os fogos eram guardados", disse Baba, de 46 anos.
"Havia se vestido para o evento depois de jantar e disse que estaria com seus amigos. Depois vimos seu corpo no necrotério do hospital... Sua memória nos acompanhará todos os anos neste dia".
A explosão foi tão grande que alguns dos edifícios próximos ao templo ficaram completamente destruídos, e outros perderam o telhado, que caiu sobre os fiéis, em pânico. Em meio ao caos, os sobreviventes levaram os feridos aos hospitais em seus próprios carros ou motocicletas.
Algumas vítimas ficaram tão queimadas que estavam irreconhecíveis. Mais de 30 ainda não foram identificadas, e a partir de Nova Délhi foi enviada uma equipe especial de médicos para tratar as queimaduras dos feridos.
N.P. Anoop seguia buscando seu pai, desaparecido, depois de visitar seis hospitais e três necrotérios. A jovem, de 32 anos, segue sem ter notícias dele e teme o pior. "Não sei se está vivo ou morto. O que quero é vê-lo, estamos preparados para o pior, mas a busca está sendo dolorosa", contou à AFP.
"Nos necrotérios há 20 corpos que não foram reivindicados, e suspeitamos que alguns dos desaparecidos podem estar ali. Apenas um teste de DNA estabelecerá suas identidades, porque os corpos estão irreconhecíveis", disse à AFP um responsável, N. Vijayan.
Os incêndios e as avalanches humanas são frequentes nos templos da Índia, devido às escassas medidas de segurança.