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Cardeal conservador desdenha de exortação de Francisco sobre família

A revista americana ultraconservadora Foreign Policy criticou a forma como Francisco impõe seus critérios para conquistar com seu estilo inocente seus objetivos "liberais" como Papa

Agência France-Presse
postado em 12/04/2016 12:58
Cidade do Vaticano, Santa Sé - O cardeal americano Raymond Burke, líder do setor conservador da Igreja católica, desdenhou da exortação apostólica que Francisco acaba de publicar e se opõe ao acesso, caso a caso e autorizado pelo Papa, à comunhão para os divorciados que voltam a se casar.

"Trata-se de uma simples reflexão pessoal", lamentou o cardeal Burke em um comentário para a página católica americana National Catholic Register.

Recebido pela imprensa como um documento revolucionário, por sua abertura em alguns casos aos divorciados que voltam a se casar, a exortação de Francisco sobre a família, Amoris Laetitia, não agradou aos setores mais conservadores da Igreja católica.

"Não é um documento magistral" e não preocupa o magistério da Igreja, embora a exortação assinada pelo pontífice seja fruto de duas consultas aos bispos de todo o mundo, afirma indignado o cardeal.


Por sua vez, a revista americana ultraconservadora Foreign Policy criticou a forma como Francisco impõe seus critérios para conquistar com seu estilo inocente seus objetivos "liberais" como Papa, afirma a publicação. "É um verdadeiro ideólogo", "um ditador", "suspeitosamente humilde", sustenta a revista.

"Influenciado pela ideia peronista, da Argentina, governa a Igreja Católica Apostólica Romana com uma paixão idiossincrática e um compromisso disciplinado a uma agenda com uma verdadeira ideologia. E a Amores Laetitia é o exemplo mais claro até hoje", escreveu Steve Skojec para a Foreign Policy.

Apresentada na sexta-feira à imprensa, a exortação apostólica de Francisco, de 260 páginas, fixa as linhas da Igreja sobre a família, o amor e o casamento.

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