A oposição venezuelana decidiu convocar para a próxima terça-feira uma marcha nacional para exigir a saída do presidente Nicolás Maduro. A iniciativa foi anunciada pelo deputado Freddy Guevara, da Mesa da Unidade Democrática (MUD), durante os debates na Assembleia Nacional sobre o veto do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) à lei de anistia aprovada pela maioria opositora do Legislativo. A decisão, que coloca em choque os Poderes, causou ;decepção; na Organização das Nações Unidas, que manifestou a esperança de que não se trate do ;fim de linha; para a tentativa de resolver a situação de dezenas de oposicionistas presos.
;Estamos muito, muito decepcionados com a decisão (do TSJ), sobretudo tendo em conta que o governo venezuelano solicitou a nossa opinião legal e respondemos que, em geral, parecia em conformidade com os padrões humanitários;, disse à imprensa Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos. ;Estamos surpresos e esperamos que esse não seja o fim do caminho, porque essa lei, realmente, poderia ser a base para o diálogo e a reconciliação nacional na Venezuela.;
A instância máxima da Justiça venezuelana fez o pronunciamento quatro dias depois de Maduro ter solicitado à Sala Constitucional do TSJ que analisasse a lei aprovada pela assembleia. O presidente já manifestara a disposição de vetar a anistia, que beneficiaria, entre outros, o líder opositor Leopoldo López, preso em fevereiro de 2014, durante uma onda de manifestações contra o governo chavista. Condenado por incitar a violência durante os protestos, ele cumpre pena de 14 anos de reclusão.
A oposição rejeitou taxativamente a proposta de Maduro para que seja formada uma Comissão da Verdade para investigar as mais de 40 mortes registradas nos distúrbios de 2014. O governo denuncia um complô de setores antichavistas radicais para conflagrar o país, mas a MUD acusa as forças de segurança de terem reprimido manifestações pacíficas com armas de fogo. ;Não vamos assistir a uma reunião para a qual fomos convocados pela televisão, sem sabermos sequer do que se trata;, declarou o líder da bancada parlamentar antichavista, Julio Borges.
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