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Colômbia: sem acordo, Farc e governo aproximam posições sobre cessar-fogo

Ao fim de uma nova rodada de diálogo em Havana, as duas delegações "conseguiram aproximar as visões sobre os termos do cessar-fogo e de hostilidades bilateral e definitivo

Agência France-Presse
postado em 14/04/2016 16:21

Depois de meses de discussões, as Farc e o governo colombiano anunciaram nesta quinta-feira (14/4) uma aproximação em suas posições sobre um cessar-fogo definitivo no país Colômbia e sobre o desarmamento dessa guerrilha, pontos que impediram a conclusão bem-sucedida do processo de paz mediado por Cuba.

Ao fim de uma nova rodada de diálogo em Havana, as duas delegações "conseguiram aproximar as visões sobre os termos do cessar-fogo e de hostilidades bilateral e definitivo, sobre o processo de baixar as armas e sobre as garantias de segurança", segundo um comunicado conjunto.

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As partes ainda não conseguem, porém, fechar esse espinhoso tema e devem retomar a negociação em oito dias.

[SAIBAMAIS] As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) renovaram seu compromisso de baixar as armas depois de meio século de confronto feroz e de se transformar em um partido político, mas insistem em sua preocupação com a ameaça dos grupos paramilitares.

"Nosso compromisso é fazer política sem armas", declarou o chefe da equipe negociadora das Farc, Iván Márquez, em uma nota à imprensa.

"Tem um ministro que não se cansa de repetir que o paramilitarismo é um fantasma, que não existe", questionou Márquez, evocando o assassinato de 12 defensores de direitos humanos na Colômbia neste ano, de acordo com dados oficiais.

O líder rebelde se referia ao ministro colombiano da Defesa, Luis Carlos Villegas, que acusou as Farc de alegar a existência de paramilitares para adiar a assinatura do acordo de paz.

"Queremos garantir ao povo colombiano que queremos deixar as armas, mas não nossas vidas", enfatizou Márquez.

Envolvidas há quase três anos e meio em um processo de paz com o governo, as Farc declararam uma trégua unilateral em meados de 2015. O governo de Juan Manuel Santos aderiu em seguida com a suspensão dos bombardeios.

A guerrilha aceitou uma verificação internacional do desarmamento pela ONU e está discute com o governo as áreas onde as tropas rebeldes se concentrarão durante esse processo, assim como as garantias de segurança diante do risco paramilitar.

O governo Santos garante que os paramilitares, aos quais a guerrilha se refere, são, na verdade, grupos criminosos envolvidos com tráfico de drogas. Eles teriam surgido após uma desmobilização em massa dos esquadrões de ultradireita na gestão de Álvaro Uribe (2002-2010).

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