A crise política se agravou no Iraque, nesta quinta-feira (14/4), depois que os deputados votaram a destituição do presidente do Parlamento, uma polêmica decisão que retarda a formação de um novo governo em um país em guerra com o Estado Islâmico (EI).
A situação caótica e confusa no Parlamento é um golpe para o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, que tenta formar um novo governo de tecnocratas para realizar reformas destinadas a limitar a corrupção.
A formação de um governo estável é crucial para uma parte da comunidade internacional que apoia o Iraque em sua luta para recuperar as regiões sob controle do EI.
Prevista para acontecer nesta quinta-feira, a votação sobre a lista do novo governo não foi realizada, já que os deputados votaram pela destituição do presidente do Parlamento, Salim al-Juburi, e de seus dois adjuntos, de acordo com deputados. Al-Juburi e seus adjuntos não estavam presentes na sessão.
O presidente da Casa questionou o resultado da votação. Ele alegou que o quórum necessário de 165 deputados não havia sido atingido e que sua destituição é "inconstitucional". Pediu também uma nova sessão "normal" do Parlamento para o próximo sábado (16).
A questionada destituição dessa importante figura sunita causou fúria na bancada sunita do Parlamento. O Iraque é um país de maioria xiita, mas conta com uma minoria sunita de peso.
Esses incidentes políticos acontecem no momento em que a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos busca aumentar a pressão sobre o EI para recuperar a segunda maior cidade iraquiana, Mossul (norte).
Hoje, após semanas de combates, as Forças Armadas do Iraque anunciaram a retomada da cidade de Hit, ao oeste de Bagdá, que estava nas mãos do EI.