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Dois supostos militares russos são condenados por combater na Ucrânia

O júri reconheceu que o capitão Yevgeny Yerofeyev e o sargento Aleksander Aleksandrov eram culpados de ter realizado uma guerra de agressão contra a Ucrânia e de terem cometido um atentado terrorista

Agência France-Presse
postado em 18/04/2016 13:32
Kiev, Ucrânia - A justiça ucraniana condenou nesta segunda-feira (18/4) a 14 anos de prisão dois supostos militares russos, reconhecidos culpados de ter lutado com os rebeldes pró-russos contra o exército ucraniano no leste separatista do país.

Esta condenação tem uma importância especial porque poderia levar, segundo uma hipótese de Kiev, a uma troca entre os dois homens e a piloto ucraniana Nadia Savchenko, que cumpre uma pena de 22 anos na Rússia por cumplicidade no assassinato de dois jornalistas no leste da Ucrânia.

O júri reconheceu que o capitão Yevgeny Yerofeyev e o sargento Aleksander Aleksandrov eram culpados de ter realizado uma guerra de agressão contra a Ucrânia e de terem cometido um atentado terrorista, anunciou um dos magistrados na sala de audiências ante os meios de comunicação.

Os ucranianos afirmam que os acusados são soldados do exército russo, o que prova, segundo Kiev, a presença de tropas russas na zona do conflito no leste do país. Moscou, que nega qualquer mobilização na Ucrânia, afirma que os dois homens abandonaram o exército russo em dezembro de 2014, vários meses antes de ir à Ucrânia.


A condenação destes dois homens, apresentados por Kiev como membros do GRU, os serviços de inteligência do exército russo, poderia abrir caminho a uma possível troca contra a piloto Nadia Savchenko. A irmã e a mãe da piloto estavam presentes na sala no momento da leitura da condenação.

O caso da piloto Savchenko foi denunciado como político por Kiev e pelo Ocidente. Condenada a 22 anos de prisão, a piloto está em greve de fome desde o início de abril, e segundo seus parentes seu estado é muito grave.

A hipótese de uma troca com os dois russos foi citada em diversas ocasiões pela imprensa e pelas autoridades ucranianas. O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu pela primeira vez na última quinta-feira que estavam sendo realizadas negociações em relação ao caso de Savchenko.

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