Hillary Clinton e Donald Trump afastaram ontem, em Nova York, as dúvidas que podiam restar sobre a capacidade de se enfrentarem nas urnas em novembro, na disputa pela Casa Branca. Resultados preliminares das primárias republicanas indicavam vitória por ampla margem para o magnata do setor imobiliário ; a ponto de os principais jornais e sites cravarem o resultado como definitivo assim que as urnas se fecharam. No Partido Democrata, a ex-secretária de Estado confirmou a força que possui em seu reduto eleitoral, mesmo diante do crescimento do desafiante Bernie Sanders.
Com 83% dos votos apurados, Trump liderava com 60%, contra 25% para o governador John Kasich e 15% para o senador Ted Cruz. Hillary aparecia com 57,5%, contra 42,5% do adversário. Em meio às expectativas de vitória, a favorita do campo governista preparou uma reunião em um hotel de Manhattan para aguardar os resultados finais. Mais cedo, ela e o ex-presidente Bill Clinton votaram na escola primária Douglas A. Grafflin, na cidade de Chappaqua. Foi lá que o casal passou a viver depois de Clinton deixar a Casa Branca, em 2001. Diante do batalhão de repórteres que os acompanharam ao posto de votação, a candidata mostrou conhecer a comunidade local e cumprimentou vizinhos como se fossem velhos amigos.
Segundo o Times, um grupo de pessoas gritava o nome da presidenciável e segurava cartazes do lado de fora da escola, em demonstração de apoio. ;Eu amo Nova York e tem sido um prazer estar aqui pelas últimas duas semanas. Espero que todos saiam para votar;, declarou a ex-secretária de Estado e ex-senadora pelo estado.
Estratégia
De olho em possíveis fragilidades que as primárias nova-iorquinas pudessem expor na trajetória da líder, o conselheiro de campanha de Sanders, Jeff Weaver, considerou ao jornal The Hill que a concorrente deveria vencer por uma margem de dois dígitos, para que a performance não fosse considerada um fiasco. ;Eles a elegeram senadora duas vezes (em 200 e em 2006). Sanders venceu em Vermont com 86% dos votos;, lembrou. ;Se ela sair com apenas um digito de vantagem, meu Deus, será um embaraço.;
Mesmo antes do fechamento das urnas, o desafiante da ex-secretária de Estado dirigiu os esforços para o palco de uma das próximas batalhas eleitorais. Sanders ; que nasceu no bairro nova-iorquino do Brooklyn, mas fez carreira política no estado vizinho de Vermont ; deu entrevistas de manhã e caminhou pela região da Times Square, em Manhattan.
Em seguida, viajou para a Pensilvânia, onde fez dois comícios e acompanhou a apuração. À medida que a corrida pela nomeação democrata se aproxima do fim, o senador tem intensificado os ataques a Hillary. Sanders voltou a criticar a concorrente pelos vínculos com grandes fortunas e pelas posições sobre política para comércio internacional.
De olho no voto dos trabalhadores industriais da Pensilvânia, a equipe do senador tem ressaltado as demissões e as transferências de vagas para estados cujas leis trabalhistas permitem cortes de salários. ;Vocês sabem o quê? Acho que vamos vencer aqui na Pensilvânia;, declarou Sanders, diante dos eleitores. O discurso do senador, que se intitula ;socialista;, se mostrou eficaz em estados do meio-oeste com perfil semelhante, regiões onde a crise econômica ainda se faz sentir.
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