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Cerca 500 migrantes podem ter morrido em naufrágio no Mediterrâneo

Um grupo de 41 refugiados sobreviventes, a maioria somalis e etíopes que chegaram a Kalamata, Grécia, relataram ter visto o naufrágio de outra embarcação, muito maior, com cerca de 500 pessoas a bordo

Agência France-Presse
postado em 20/04/2016 15:07


Roma, Itália - Cerca de 500 migrantes teriam morrido em um naufrágio no Mediterrâneo, informou nesta quarta-feira (20/4), em Roma, um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), citando testemunhas.

Se o naufrágio for, esta será uma das piores tragédias registradas nos últimos anos.

Um grupo de 41 refugiados sobreviventes, a maioria somalis e etíopes que chegaram a Kalamata, Grécia, relataram ter visto o naufrágio de outra embarcação, muito maior, com cerca de 500 pessoas a bordo.

O grupo de 41 migrantes ficou à deriva até ser resgatado no sábado e desembarcou em Kalamata no domingo.

Segundo os relatos, esse grupo zarpou de um ponto próximo de Tobruk, leste da Líbia, a bordo de uma barcaça em péssimas condições e com 100 a 200 pessoas a bordo.

Já em mar aberto, os contrabandistas tentaram passar os passageiros para outra embarcação, muito maior e já superlotada com migrantes. Esse segundo barco acabou virando com o peso e o movimento do mar.

"Alguns dos sobreviventes se encontravam na embarcação menor e não conseguiram subir no barco maior, ou conseguiram nadar até o barco menor depois do afundamento do grande", explicou Carlotta Sami, chefe da ACNUR para o sul da Europa.

A data do naufrágio testemunhado por estes migrantes ainda não é clara.

Há um ano, cerca de 700 a 800 migrantes morreram nas águas do Canal da Sicília, uma tragédia que comoveu a opinião pública italiana.

"Os relatos coincidem", afirmou à AFP um porta-voz da ACNUR na Grécia, que conversou com os sobreviventes com a ajuda de um intérprete.

"Alguns contaram que perderem seus entes queridos no naufrágio", acrescentou.



Segundo o chefe da Organização para as Migrações (OIM), em Atenas, os sobreviventes receberam uma permissão de residência de um a seis meses, de acordo com a nacionalidade.

Este novo drama se soma à longa lista de naufrágios ocorridos nos últimos anos no Mediterrâneo, que virou cemitério de milhares de migrantes que tentam entrar na Europa fugindo da fome e das guerras.

Desde o ano passado, a Europa mobiliza seus navios e patrulha o litoral da Líbia.

A agência europeia para o controle de Fronteiras, a Frontex, lançou a operação Triton para os migrantes, outra chamada Sophia de combate aos traficantes de pessoas, enquanto que a marinha italiana atua através da operação Mare Sicuro (Mar Seguro).

Em um comunidade, ACNUR voltou a pedir às autoridades dos países envolvidos que sejam aceleradas as vias regulares para a admissão de refugiados e o pedido de asilo na Europa a fim de reduzir o tráfico clandestino de pessoas.

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