Agência France-Presse
postado em 21/04/2016 11:20
Manta, Equador - Com cada vez menos esperança de encontrar sobreviventes nos escombros, o governo do Equador anunciou medidas econômicas drásticas para enfrentar os efeitos do terremoto de sábado, de 7,8 graus, e já pensa na longa e cara reconstrução da zonas afetadas.
O terremoto, o mais grave no país desde 1979, deixou 570 mortos e mais de 5.700 feridos. Quase 800 edifícios foram destruídos e outros 600 afetados, ao mesmo tempo que estradas e infraestruturas entram em colapso em zonas turísticas, um duro golpe para o país que tem a economia atrelada ao dólar e que foi muito afetado pela queda da cotação do petróleo.
Para enfrentar a situação, o presidente Rafael Correa, que calculou os danos em três bilhões de dólares, anunciou na quarta-feira o aumento de dois pontos do IVA (de 12% a 14%) durante um ano e contribuições obrigatórias de um dia de soldo para cada mil dólares mensais de salário."Se você ganha mil, contribuirá com um dia apenas um mês. Se ganha dois mil, um dia durante dois meses, até nós que ganham mais de 5.000, que contribuiremos um dia durante cinco meses", disse o presidente em um discurso transmitido na rádio e televisão pública.
Correa também anunciou uma "contribuição de uma só vez de 3% adicional sobre utilidades", assim como "uma contribuição de uma só vez de 0,9% sobre pessoas físicas com patrimônio maior a um milhão de dólares".
Apesar de ter afirmado que o país está "muito mais preparado" que antes para enfrentar este tipo de tragédia, em seu discurso à nação Correa informou que o Estado "buscará vender" alguns ativos "para superar os momentos tão difíceis", mas sem especificar quais, e disse que avalia emitir títulos da dívida.