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Obama destaca aliança com aliados do Golfo, apesar de diferenças sobre Irã

No centro da agenda, situou a luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI)

Agência France-Presse
postado em 21/04/2016 15:18
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, destacou durante sua visita a Riad a unidade com seus aliados do Golfo e a "visão comum" que compartilham, apesar das diferenças sobre o Irã, embora tenha pedido que dialoguem com Teerã.

A cúpula com os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) havia começado marcada pelas desconfianças geradas pela abertura dos Estados Unidos com o Irã, pelo que Obama foi com a tarefa de aproximar posições com seus tradicionais aliados sunitas: Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Catar.

No centro da agenda, situou a luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

"Continuamos unidos em nossa luta para destruir o EI", disse Obama em Riad no encerramento da cúpula com o CCG.

Reforçado pelos progressos registrados nestes últimos meses contra o EI no Iraque e na Síria, graças ao apoio dos bombardeios realizados pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, Obama quer acelerar o ritmo da luta aproveitando que o grupo está agora na defensiva.

"Dada a ameaça existente na região, os Estados Unidos continuarão incrementando a cooperação em matéria de segurança com nossos sócios do CCG, incluindo ajuda para que melhorem sua própria capacidade de defesa", completou o presidente americano.

A abertura desta cúpula no Palácio de Diriyah, que segue um encontro parecido celebrado em Camp David há um ano, não foi retransmitida ao vivo pelas redes de televisão sauditas.

Na quarta-feira, a chegada de Obama a Riad também não foi transmitida ao vivo e o rei Salman não se deslocou até o aeroporto.

Frente a seus sócios, Obama denunciou as "atividades desestabilizadoras" do Irã, rival xiita dos reinos sunitas do Golfo, mas também fez um apelo ao diálogo, destacando que não interessa a "qualquer país" ter um conflito com Teerã.

Obama citou o acordo nuclear com o Irã como uma prova de que é possível um diálogo com Teerã, mas prometeu manter-se "vigilante".

O líder americano disse que deseja que o Irã "desempenhe um papel responsável na região", que tome "medidas práticas e concretas para promover a confiança", que "resolva suas diferenças com seus vizinhos por vias pacíficas" e que atue "conforme as leis e as normas internacionais".

Mas segundo a Casa Branca, as discussões, em particular o encontro com o rei Salman, foram "abertas e francas".

"Provavelmente foi o encontro mais longo com o rei", destacou Ben Rhodes, conselheiro de Obama, em relação à reunião que durou cerca de duas horas.

Apoio sunita ;crucial;

Os Estados Unidos acabam de anunciar a mobilização de cerca de 220 soldados suplementares e de helicópteros de ataque para apoiar as forças iraquianas, principalmente na reconquista de Mossul, segunda cidade do país, nas mãos do grupo EI desde junho de 2014.

Além disso, Washington falou com os monarcas sobre a necessária reconstrução das cidades retomadas das mãos dos extremistas.

Na quarta-feira, o secretário americano de Defesa, Ashton Carter, pediu às ricas monarquias petroleiras que se envolvam mais no Iraque, não somente militarmente como fizeram em Riad e Abu Dhabi, mas também no plano político e econômico.

O "apoio sunita" para a reconstrução será "crucial" para assegurar uma vitória definitiva contra os extremistas, destacou Carter, também presente em Riad.

Os Estados Unidos também contam com seus aliados do Golfo para resolver os outros conflitos que devastam a região.

A respeito da situação na Síria, o presidente americano disse que a trégua está sob pressão pelas numerosas violações executadas pelo governo sírio.

Obama anunciou também que haverá um diálogo com os países do Golfo para diminuir o impacto dos baixos preços do petróleo.

Os Estados Unidos e o CCG "vão lançar um novo diálogo econômico de alto nível centrado em ajustar os preços, aumentar os vínculos econômicos e apoiar as reformas do CCG", disse Obama.

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