Agência Estado
postado em 23/04/2016 12:36
A chanceler alemã Angela Merkel e outros líderes europeus chegaram neste sábado (23) à região da fronteira entre Turquia e Síria, com o objetivo de impulsionar o acordo de imigração com a Turquia, diante da pressão crescente pela revisão do acordo. Na viagem, Merkel é acompanhada pelo presidente do Conselho da União Europeia (UE), Donald Tusk, pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, e pelo primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu.A legalidade do acordo de deportação entre a União Europeia e a Turquia tem sido questionada por defensores dos direitos humanos, juristas e pela Organização das Nações Unidas (ONU). O acordo prevê a deportação, de volta à Turquia, dos imigrantes que desembarcarem nas ilhas gregas e que não tiverem os pedidos de asilo aprovados. Em retorno, a UE teria prometido o envio de 6 bilhões de euros à Turquia para ajudar na acomodação dos mais de 2,7 milhões de refugiados sírios no país.
[SAIBAMAIS]
Na saída do aeroporto havia um forte esquema de segurança, com atiradores de elite nos telhados. A delegação deve visitar um campo de refugiados administrado pelo governo turco, assim como um centro de suporte para crianças financiado pela União Europeia.
Ativistas dos direitos humanos criticaram o roteiro da visita, apontando que só serão contemplados "campos higienizados". Grupos pedem que a comitiva visite campos do outro lado da fronteira, que abrigam dezenas de milhares de refugiados impedidos de entrar na Turquia.
Apesar de afirmar estar com as fronteiras abertas aos refugiados, a Turquia tem impedido a entrada de milhares de refugiados no país pelo norte da Síria, oferecendo suporte em campos próximos à fronteira. Grupos de direitos humanos afirmam que alguns dos campos foram atacados e têm pressionado o governo turco para abrigar os refugiados dentro das fronteiras turcas.
A Anistia Internacional afirma que autoridades turcas também têm expulsado cerca de 100 imigrantes por dia, mandando-os de volta para a zona de conflito. A acusação é rejeitada pelo governo, que também negou que soldados turcos estariam atirando contra refugiados tentando cruzar a fronteira ilegalmente.
Fonte: Associated Press.