Varsóvia, Polónia -Três ex-presidentes poloneses lançaram um ataque frontal contra o partido conservador no poder e fizeram um apelo a todos os poloneses para que defendam a democracia, em um documento publicado nesta segunda-feira.
Lech Walesa, Aleksander Kwasniewski, Bronislaw Komorowski e outras sete personalidades, entre elas antigos líderes do sindicato Solidariedade, acusam o partido Direito e Justiça (PiS) de Jaroslaw Kaczynski de "destruir a ordem constitucional e paralisar o trabalho do Tribunal Constitucional".
Além disso, afirmam que "os responsáveis pelas violações da Constituição pagarão as consequências", segundo um texto publicado na primeira página do jornal Gazeta Wyborcza.
A primeira-ministra polonesa, Beata Szydlo, reagiu e acusou os signatários de ignorar a vontade dos poloneses que escolheram o partido nas urnas.
"Estes homens dizem: a democracia somos nós. Eu digo, a democracia é a eleição livre dos poloneses, que escolheram o PiS e seu programa", disse.
De acordo com os signatários do texto, "as declarações e as ações antieuropeias e xenofóbicas dos dirigentes atuais minam a coesão da União e servem aos interesses da Rússia imperialista".
Declaram que apreciam a atitude da comunidade euro-atlântica e da União Europeia, cujas "discussões, resoluções, opiniões e recomendações não são uma "ingerência nos assuntos internos da Polônia", mas traduzem um problema justificado em relação à situação de nosso Estado e os direitos dos cidadãos".
Apoiam "a posição digna e responsável dos juízes do Tribunal Constitucional" e do Comitê de Defesa da Democracia (KOD), um movimento criado como oposição às controversas reformas iniciadas pelo PiS.