Agência France-Presse
postado em 25/04/2016 16:29
Lyon, França - O cardeal Barbarin, arcebispo de Lyon confrontado a um escândalo de pedofilia e agressões sexuais em sua diocese, reconheceu nesta segunda-feira (25/4) "erros na gestão e nomeação de alguns padres", segundo um comunicado.
Esta declaração foi feita após uma reunião do clero de Lyon, com a participação de vinte padres.
Uma vítima do padre Bernard Preynat, que foi acusado no fim de janeiro após reconhecer ser culpado de várias agressões sexuais cometidas entre 1986 e 1991 contra escoteiros, testemunhou nessa reunião.
Figura influente da Igreja Católica na França, o cardeal Barbarin, de 65 anos, é alvo de uma investigação judicial por não denunciar agressões sexuais.
Barbarin afirmou em meados de março que nunca acobertou nenhum ato de pedofilia e que quando soube dos incidentes os casos já haviam prescrito.
Cinco outros casos de agressão sexual ou pedofilia ligados a diocese de Lyon surgiram desde então. E outros casos foram relatados na Guiana e em Loiret (centro).
"O cardeal reconheceu que a diocese tinha cometido erros na gestão e nomeação de alguns sacerdotes", ressalta o comunicado publicado nesta segunda-feira.
"Verificou-se que falhamos na nossa obrigação de investigar, de procurar a verdade", disse em uma coletiva de imprensa o arcebispo Yves Baumgarten, vigário geral da diocese.
A Igreja francesa anunciou recentemente várias medidas para combater a pedofilia e se comprometeu a esclarecer completamente todos os casos de agressão, inclusive os antigos, após as polêmicas geradas pela gestão das denúncias pela hierarquia eclesiástica.
Neste contexto, anunciou a criação de uma célula de atenção e de uma comissão nacional independente, presidida por um leigo.