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Número dois do chavismo processa Wall Street Journal por difamação

No ano passado, Cabello já havia aberto um processo contra três veículos de comunicação venezuelanos por difundirem uma informação que o relacionava a uma suposta rede de narcotráfico

Agência France-Presse
postado em 06/05/2016 13:43

Nova York, Estados Unidos - O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, processará The Wall Street Journal (WSJ) por difamação na justiça federal dos Estados Unidos por causa de um artigo que mencionou que o político venezuelano é investigado por narcotráfico.

A queixa de oito páginas foi apresentada com a data da última quinta-feira nos tribunais do sul de Manhattan contra os proprietários do jornais, Dow Jones e News Corp, referindo-se a uma publicação de 18 de maio do ano passado.

Em sua apresentação Cabello afirma que o artigo "causou e continua causando um enorme dano à sua reputação" assim como à sua "capacidade como membro-chave" do Legislativo venezuelano.

"O artigo contém alegações falsas e difamatórias de que o demandante (da ação judicial) esteve envolvido em atividades criminosas vinculadas com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro", indica.


O artigo do WSJ garantia que o Ministério Público federal dos Estados Unidos investigava altas autoridades venezuelanas, incluindo Cabello, por "terem transformado o país em um centro global de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro".

O jornal, que citava uma "dezena de fontes próximas ao caso", acrescentou que "uma unidade de elite da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA) e procuradores de Nova York e Miami" estavam "coletando provas fornecidas por ex-traficantes de cocaína, informantes próximos a altos funcionários do governo venezuelano e desertores do exército" do país.

O principal objetivo da investigação seria Cabello, suspeito de ser "um dos líderes, senão o líder, do cartel", apontou uma fonte do Departamento de Justiça citada pelo WSJ.

No ano passado, Cabello já havia aberto um processo contra três veículos de comunicação venezuelanos por difundirem uma informação que o relacionava a uma suposta rede de narcotráfico.

Em janeiro de 2015, a imprensa venezuelana, incluindo os três veículos processados, publicaram versões de que Leamsy Salazar, ex-chefe de segurança de Cabello e do falecido presidente Hugo Chávez, fugiu para os Estados Unidos e denunciou a suposta existência de um cartel de narcotraficantes que pertenceria a Cabello.

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