Agência Estado
postado em 08/05/2016 17:46
O Japão criticou neste domingo o líder norte-coreano Kim Jong Un, depois da declaração de que a Coreia do Norte é um "Estado responsável de armas nucleares". Segundo os japoneses, que ele usa tal retórica simplesmente para justificar o desenvolvimento de armas nucleares do país, segundo o portal de notícias Kyodo News."A Coreia do Norte tem que mostrar os esforços para acabar com a inquietação da comunidade internacional através da ação", disse Masahiko Shibayama, assessor especial do primeiro-ministro Shinzo Abe. Shibayama, um parlamentar do grupo governista Partido Democrático Liberal, exigiu que a Coreia do Norte se abstenha de avançar com novos atos de provocação, como um quinto teste nuclear.
[SAIBAMAIS]Da mesma forma, a Coreia do Sul rejeitou a declaração de Kim em um discurso durante o congresso do partido que comanda a Coreia do Norte, que começou sexta-feira. O líder norte-coreano afirmou vai manter "permanentemente" a sua política de perseguir simultaneamente o desenvolvimento econômico e de armas nucleares "A Coreia do Sul e a comunidade internacional têm a mesma posição, de que a Coreia do Norte não deve ser reconhecido como um estado que possa ter força nuclear", disse o Ministério da Unificação sul-coreano, em um comunicado divulgado pela agência de notícias Yonhap.
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"Se Pyongyang continuar na busca de desenvolvimento paralelo da economia e de armas nucleares, a Coreia do Norte irá enfrentar sanções internacionais mais duras e isolamento mais profundo", disse um funcionário do ministério.
Especialistas disseram que a afirmação de Kim, sustentando que a Coreia do Norte vai se esforçar para "um desarmamento nuclear global", não convence outros países. "Eu não acho que os Estados Unidos vão aprovar essa declaração", disse Hajime Izumi, professor Universidade Internacional de Tóquio.
A referência ao "desarmamento nuclear global" parece indicar que a Coreia do Norte nunca vai desistir de seus programas nucleares até que o mundo esteja livre de armas nucleares. "A menos que (Kim) fale sobre desarmamento na península coreana, não global, a China, que preside as negociações sobre as ambições nucleares da Coreia do Norte, provavelmente não levará esse tipo de postura a sério também", afirma Izumi.
As negociações multilaterais envolvendo as duas Coreias, China, Japão, Rússia e os EUA estão paralisadas desde o final de 2008.