A Espanha prepara a segunda eleição geral em seis meses com os principais partidos mergulhados em uma batalha ideológica clássica entre direita e esquerda. As pesquisas de intenção de voto mostram, com pequenas variações, que os eleitores parecem dispostos a repetir o voto de dezembro passado quando retornarem às urnas, em 26 de junho. Analistas destacam que o provável cenário representaria novo impasse político, com os dirigentes das legendas condenados a mais um período de intensas negociações.
;A não ser que um fato novo ocorra e mude a configuração atual da disputa, a crise de representação deve continuar e o resultado será, provavelmente, o mesmo da votação de dezembro;, avalia Creomar de Souza, especialista em relações internacionais da Universidade Católica de Brasília (UCB). ;Se os líderes partidários não conseguirem negociar e compor uma maioria, novas eleições terão de ser convocadas, até se encontrar uma saída que permita a governabilidade. Isso aumenta a instabilidade, em um país que sofre com endividamento, alta taxa de desemprego e crescimento baixo;, destaca Marcus Vinícius de Freitas, professor da Fundação Armando Alves Penteado (Faap).
O novo pleito é uma segunda chance de responder às exigências populares, que no ano passado mudaram o cenário político espanhol. O crescimento de dois novos partidos, o Ciudadanos (centro-direita) e o Podemos (esquerda), rompeu o tradicional bipartidarismo e deixou clara a insatisfação dos eleitores com os rumos da política. Assim como as forças tradicionais, porém, nenhum dos estreantes conseguiu apresentar solução viável para o governo. O resultado do desgastante processo de negociações foi o bloqueio da política espanhola e o crescimento da sensação de desconfiança e de cansaço na sociedade ; o que deve ser sentido em junho, com menor comparecimento às urnas. Uma recente sondagem elaborada pelo jornal El País indica que 70% dos eleitores pretendem votar, índice inferior em 3,2 pontos ao registrado em dezembro
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