Agência France-Presse
postado em 09/05/2016 17:10
Moscou, Rússia - Rússia e Estados Unidos se comprometeram nesta segunda-feira a "redobrar esforços" para encontrar uma solução política para a guerra na Síria e estender o cessar-fogo em vigor desde 27 de fevereiro para todo o país.
"A Federação da Rússia e os Estados Unidos estão decididos a redobrar esforços para alcançar uma solução política do conflito sírio", afirma um comunicado conjunto dos dois países, publicado no site do Ministério russo das Relações Exteriores.
Os dois lados enfatizam os "avanços" na observância do cessar-fogo, mas admitem "dificuldades" persistentes "em determinadas áreas", bem como "problemas de acesso humanitário às áreas sitiadas".
"Por isso, decidimos confirmar o nosso compromisso" com a cessação das hostilidades na Síria e "intensificar os nossos esforços para garantir sua aplicação a nível nacional", afirma o documento.
A Rússia promete "trabalhar com as autoridades sírias para reduzir o número de operações aéreas em áreas essencialmente povoadas por civis, ou que fazem parte do cessar-fogo".
Já os Estados Unidos prometem "aumentar o apoio e assistência aos seus aliados regionais para ajudar a evitar a circulação transfronteiriça de combatentes, armas, ou recursos financeiros para organizações terroristas".
Também nesta segunda o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, insistiu em que as negociações de paz intersírias devem ser retomadas "o mais rapidamente possível".
"Expressamos a vontade de que se retomem as negociações o mais rapidamente possível", afirmou Ayrault, exigindo "garantias concretas sobre a manutenção da trégua" e o acesso de ajuda humanitária no terreno, depois de uma reunião em Paris com representantes de países que apoiam a oposição síria.
De acordo com o ministro francês, uma reunião do Grupo de Apoio Internacional para a Síria (GISS), integrado por 17 países - entre os que apoiam o governo, como Irã e Rússia, e outros, a oposição - "deve acontecer na semana que vem em Viena".
Ayrault acusou o governo de Damasco de ser responsável por "inúmeras violações da trégua", de bloquear os comboios humanitários" e de "não ter demonstrado a menor vontade de avançar" durante as conversas de Genebra.
A ONU tenta há meses mediar uma solução negociada para um conflito que já deixou, desde março de 2011, mais de 270.000 mortos e um êxodo de milhões de pessoas.
Na semana passada, as forças do governo e grupos rebeldes instauraram uma trégua temporária em Aleppo (norte), apoiada por Moscou e Washington, após o cessar-fogo vigente desde o fim de fevereiro na segunda maior cidade síria.
A nova trégua, válida, inicialmente, por dois dias, foi prorrogada até terça-feira à 0h01. Desde 22 de abril, 300 pessoas morreram em Aleppo, onde os rebeldes controlam vários bairros.