Agência Estado
postado em 11/05/2016 20:48
Nações Unidas, Estados Unidos - Um grupo de 29 países que contribuem com capacetes azuis para as missões de paz das Nações Unidas aderiu aos "princípios de Kigali", um compromisso para dar prioridade à defesa dos civis, com o uso da força se for necessário.
O chefe da diplomacia holandesa, Bert Koenders, e o embaixador de Ruanda na ONU, Eug;ne-Richard Gasana, organizaram um debate na sede da organização sobre os progressos da iniciativa, lançada em maio de 2015, em Kigali.
"Os fracassos do passado não devem orientar o futuro", afirmou Gasana, cujo país sofreu em 1994 um genocídio que a ONU não soube evitar. "Hoje lançamos um movimento" que permitirá "salvar vidas".
A presença em Srebrenica (Bósnia) em 1995 de capacetes azuis também não evitou que soldados sérvios praticassem o pior massacre cometido na Europa após a Segunda Guerra Mundial.
"A bandeira azul (da ONU) deve dar proteção e nem sempre isto acontece", deplorou Koenders
O diplomata destacou que "dezenas de milhões de pessoas em zonas de conflito esperam que a ONU os proteja dos estragos da guerra", mas os capacetes azuis "tem problemas" para fazê-lo na República Democrática do Congo, Sudão do Sul ou República Centro-Africana.
Os 29 países firmantes incluem importantes contribuintes de capacetes azuis, como Bangladesh, Etiópia (mais de 8 mil militares cada) e Ruanda (6 mil), mas estão ausentes Paquistão (7.600) e Índia (7.800), e quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Rússia, Grã-Bretanha e França).
Os Estados Unidos têm apenas 80 oficiais no terreno, mas financiam 28% do orçamento para as operações de manutenção da paz, algo em torno de 8,270 bilhões de dólares ao ano.