Agência France-Presse
postado em 13/05/2016 12:19
Moscou, Rússia -Vladimir Putin afirmou nesta sexta-feira que a Rússia tomará medidas para lidar com a "ameaça" representada pela implantação de elementos do escudo antimíssil americano, em particular na Polônia e na Romênia, mas excluiu uma "nova corrida armamentista".
"Agora que estes componentes antimísseis foram implantados, teremos que estudar a forma de lidar com as ameaças que surgiram para a segurança da Rússia", disse Putin durante uma reunião com funcionários do complexo militar-industrial russo.
O projeto de escudo antimíssil americano, lançado em 2010, envolve a implantação gradual na Europa de Leste e no Mediterrâneo de radares e mísseis interceptores.
Apresentado por Washington como uma proteção frente ao Irã ou à Coreia do Norte, é visto por Moscou como um sistema dirigido contra as suas capacidades de dissuasão nuclear.
"Todos estes elementos são passos adicionais para a desestabilização do sistema de segurança internacional e para uma nova corrida armamentista", acrescentou o presidente russo.
"Nós não vamos nos deixar levar nesta corrida. Vamos seguir nosso próprio caminho e trabalhar com muito cuidado, sem exceder os planos de financiamento atuais do rearmamento do exército e da marinha", acrescentou.
"Mas vamos corrigir esses planos, a fim de enfrentar as ameaças à segurança da Rússia", advertiu Putin.
"Faremos o que for necessário para garantir e manter o equilíbrio estratégico de forças, que é a garantia mais segura contra a ocorrência de conflitos de grande escala", ressaltou.
O presidente russo também denunciou a implantação do sistema na Romênia e na Polônia como uma "violação do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário", em vigor desde 1988.
A Romênia colocou em serviço na quinta-feira em Deveselu parte deste sistema de defesa que consiste em mísseis interceptores tipo SM-2. Faz parte da segunda fase do projeto de escudo americano, após a implantação de um radar na Turquia e quatro navios Aegis com capacidades de defesa antimísseis em Rota, Espanha.
A terceira fase é a criação de um sistema de defesa antimísseis na Polônia. As obras em Redzikowo, que começam nesta sexta-feira, devem ser concluídas no final de 2018.