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Grandes potências dispostas a armar governo líbio de união nacional

Vinte e quatro delegações nacionais ou uniões regionais assinaram a declaração final da reunião, incluindo Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, China, Egito, Tunísia, França, Reino Unido, Alemanha e Itália

postado em 16/05/2016 14:13
Viena, Áustria - As grandes potências e os países vizinhos da Líbia decidiram nesta segunda-feira em Viena apoiar o rearmamento do governo líbio de união nacional que tenta garantir a sua autoridade neste país minado pelas divisões políticas e pela ameaça terrorista.

Nesta perspectiva, a comunidade internacional reunida em Viena para discutir a situação na Líbia declarou em um comunicado que "apoiará os esforços" do novo executivo líbio que pedirá o levantamento do embargo sobre as armas à Líbia em vigor desde 2011.

Também afirmou estar "pronta a responder às demandas do governo líbio, em vista de treinar e equipar a guarda presidencial e as forças autorizadas".

O objetivo é "fornecer as armas e balas necessárias para combater o Daesh e outros grupos terroristas", declarou o secretário de Estado americano, John Kerry.

Vinte e quatro delegações nacionais ou uniões regionais assinaram a declaração final da reunião, incluindo Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, China, Egito, Tunísia, França, Reino Unido, Alemanha e Itália.

O embargo das Nações Unidas sobre a venda de armas para a Líbia foi imposto no início da revolta contra o regime de Muammar Khaddafi em 2011, mas tem sido repetidamente violado.

O governo de unidade nacional liderado por Fayez al-Sarraj e com sede na capital Trípoli é apoiado pela comunidade internacional. Al-Sarraj estava presente em Viena.

Este governo tem tido dificuldades para estabelecer sua autoridade. Ele enfrenta as iniciativas de um governo paralelo com base no leste do país e liderado pelo controverso general Khalifa Hafter.

O governo de Sarraj também enfrenta pressão do grupo Estado Islâmico (EI), que aproveitou o caos estabelecido no país desde a revolta que acabou com o regime de Khaddafi para se implantar neste país produtor de petróleo.

Desde então, estendeu sua influência a oeste da cidade líbia de Syrte, que controla desde junho de 2015.

"As possibilidades deste governo permanecem limitadas em razão dos conflitos internos", reconheceu o chefe da diplomacia alemã, Franz-Walter Steinmeier, antes do início da reunião.



O desafio é também conter o fluxo de imigrantes da Líbia, a apenas 300 km da costa italiana.

Os conflitos políticos e o vácuo de segurança desde 2014 facilitaram a implantação do EI na Líbia, constituindo uma ameaça direta para os seus vizinhos e para a Europa.

A guerra contra os jihadistas é um dos elementos de rivalidade entre as forças do governo de unidade e as do governo paralelo com sede no leste do país.

As duas autoridades rivais aceleram os preparativos para lançar a primeira ofensiva destinada a expulsar o EI de Syrte, correndo o risco de afastar a perspectiva de reconciliação e vitória contra os jihadistas.

O EI conta com entre 3.000 a 5.000 combatentes na Líbia.

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