A empresária Gabriela Zapata afirmou nesta terça-feira que engravidou duas vezes do presidente boliviano, Evo Morales, interrompendo a primeira gestação e tendo um menino na segunda, para o qual o mandatário pagou uma espécie de pensão.
"Fiquei grávida em 2005, mas porque tinha medo (...) e porque ele (Morales) trabalhava, decidi não ter esta criança", disse Zapata na prisão a um repórter da Rádio Líder.
"Em 2006 voltei a ficar grávida, nasceu um menino, passaram-se dois meses, ele o reconheceu, escolheu o nome, veio para vê-lo. Sempre me telefonava para perguntar como estava a criança, mas não se referia ao menino e dizia: ;estou sendo gravado, não fale deste assunto", contou Zapata, acrescentando que Morales fez depósitos em uma conta bancária para pagar uma espécie de pensão ao menino.
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Zapata foi durante alguns anos gerente da empresa chinesa CAMC, que obteve contratos com o Estado boliviano totalizando 560 milhões de dólares. A mulher está presa desde fevereiro passado, acusada de enriquecimento ilícito, mas Morales e a CAMC foram eximidos de responsabilidade pelo Congresso.
Na prisão desde fevereiro, Zapata, 28, permanece como a única acusada pelo caso da CAMC com o governo Morales, no poder na Bolívia há dez anos.
Na semana passada, uma juíza boliviana decretou a "inexistência" do suposto filho de Morales, e decidiu arquivar a ação do mandatário para obrigar Zapata a apresentar a criança às autoridades.
A titular do II Tribunal da Criança e do Adolescente de La Paz, Jacqueline Rada, decretou a "inexistência física comprovada" do menor, e o consequente arquivamento da ação de Morales.
A denúncia sobre o filho de Morales surgiu pouco antes do referendo de 21 de fevereiro passado sobre um quarto mandato consecutivo para o presidente, que não foi aprovado.