Mundo

Deputado argentino tenta provar que Macri mentiu sobre Panama Papers

"Apresentamos atas da empresa que o presidente disse que nunca tinha tido transações. Mas sim houve transações e negócios multimilionários, para os quais precisou ter contas bancárias", declarou Darío Martínez

Agência France-Presse
postado em 17/05/2016 22:26

O deputado opositor argentino Darío Martínez apresentou nesta terça-feira à justiça documentos que tentam provar que o presidente da Argentina, Mauricio Macri, mentiu em sua declaração sobre uma empresa envolvida no escândalo conhecido como Panama Papers, revelaram fontes judiciais.

"Apresentamos atas da empresa que o presidente disse que nunca tinha tido transações. Mas sim houve transações e negócios multimilionários, para os quais precisou ter contas bancárias", declarou à imprensa Martínez, da Frente para a Vitória (peronista, de centro-esquerda).

A empresa da denúncia é a Fleg Trading, sediada nas Bahamas através da firma panamenha de advogados Mossack Fonseca. Macri, líder de uma aliança de centro-direita, aparece no escândalo de vazamento de documentos confidenciais como diretor da Fleg Trading e da empresa Kagemusha.

Macri declarou publicamente que não tem "nada a esconder" e que se coloca "à disposição da justiça". O presidente está sendo investigado devido a uma suposta "omissão dolosa" de bens em empresas em paraísos fiscais.

Leia mais notícias em Mundo

O presidente afirmou que a Fleg Trading jamais esteve ativa, que foi criada para operar na área de serviços financeiros no Brasil, mas o projeto acabou cancelado.

"Tinha que ter declarado a atividade. Há algo bastante mais grave que a ocultação de informação. Há uma metodologia de criar sociedades para sonegar impostos e lavar dinheiro", disse Martínez.

O caso de Macri foi revelado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e o jonal alemão Süddeutsche Zeitung. O ICIJ investigou milhões de documentos que envolvem personalidades e governantes do mundo todo.

O juiz encarregado do caso é Sebastián Casanello, que em 10 de maio ordenou entidades financeiras do país a informarem sobre as contas bancárias de Macri, devido a suspeitas no caso Panama Papers.

O magistrado enviou também precatórias ao Brasil, Uruguai, Reino Unido, Irlanda e Panamá para que informem sobre empresas da família Macri, dona de um poderoso império de negócios.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação