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Presidente chilena visita mulher que teve olhos arrancados por ex-namorado

O caso gerou grande comoção no Chile, onde uma série de protestos foram organizados para repudiar o ataque

Agência France-Presse
postado em 18/05/2016 16:23

Santiago, Chile - A presidente chilena, Michelle Bachelet, fez uma visita inesperada, nesta quarta-feira (18/5), a uma mulher que teve os olhos arrancados enquanto era brutalmente espancada supostamente pelo ex-namorado, um caso que comoveu o Chile.

Bachelet chegou durante a manhã a um hospital público de Santiago junto com duas ministras para visitar Nabila Rifo, de 28 anos, mãe de quatro filhos, que foi encontrada no fim de semana passado na cidade meridional de Coyhaique com graves lesões no corpo e sem os globos oculares.

A presidente passou cerca de 45 minutos acompanhando a família da vítima e conversando com os médicos que a atendem, em uma visita que aconteceu com estrita discrição, segundo a mídia local.

Rifo foi encontrada agonizante por pedestres e levada a um serviço de emergência local, onde chegou com "sinais evidentes de traumatismo craniano, facial, além de uma enucleação [extirpação] de ambos os globos oculares, que parecem ter sido arrancados", de acordo com um laudo médico.


"Não vamos tolerar este tipo de ataques. No Chile já não há espaço para os covardes que atacam mulheres", declarou Bachelet na segunda-feira, em meio à comoção pública que causou o brutal ataque à mulher.

Na terça-feira, Rifo foi transferida para um hospital de Santiago, onde permanecia em estado grave, segundo o último relatório médico.

Na madrugada desta quarta-feira, quatro dias após o acontecimento, a Polícia prendeu Mauricio Ortega, ex-namorado de Rifo e principal suspeito do ataque, que também acumula denúncias anteriores de violência doméstica, após ter tentado entrar na casa da mulher com um machado.

Na sua primeira declaração, Ortega afirmou que é inocente. A procuradoria de Coyhaique formalizará as acusações contra o suspeito nesta quarta-feira.

O caso gerou grande comoção no Chile, onde uma série de protestos foram organizados para repudiar o ataque.

Neste ano foram registrados 14 feminicídios no Chile, enquanto em 2015 ocorreram mais de 30, segundo relatórios da Polícia.

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