Agência France-Presse
postado em 23/05/2016 10:21
Viena, Áustria -A Áustria permanece na expectativa para conhecer o resultado do segundo turno da eleição presidencial entre um candidato de extrema-direita e um ecologista, uma disputa que deixa a Europa em suspense.No domingo à noite, após a apuração, o candidato do partido de extrema-direita FP;, Nobert Hofer, superava o ecologista Alexander Van der Bellen por 3,8 pontos, com 51,9% contra 48,1%.
Apenas 144.006 votos separam os adversários. O resultado final dependerá da recontagem dos 900.000 votos recebidos por correio, um tipo de votação que não é tão favorável ao FP;. Nesta oportunidade, 14% dos eleitores escolheram esta opção, um recorde.
O ministério do Interior deve anunciar o resultado no fim da tarde.
O partido de Nobert Hofer advertiu que está atento à recontagem dos votos em caso de um resultado apertado, dando a entender que existe a possibilidade de que "cúmplices do atual sistema político" manipulem os resultados a favor de Van der Bellen.
O resultado da disputa presidencial austríaca deixa a Europa em clima de apreensão.
Uma vitória de Hofer, engenheiro aeronáutico de 45 anos, seria a primeira eleição para o governo de um Estado da União Europeia (UE) de um representante de um partido de extrema-direita.
Se Van der Bellen triunfar, este professor universitário de 72 anos seria o primeiro ecologista a ocupar a presidência da Áustria.
A imprensa austríaca trata a situação como um thriller político e destaca as divisões da sociedade austríaca.
No primeiro turno, celebrado em 24 de abril, o FP; liderou com 35% dos votos, o melhor resultado do partido em uma eleição nacional, contra 21,3% dos votos para o partido de Van der Bellen.
O candidato de extrema-direita foi favorecido pela crise migratória, que resultou na chegada ao país de 90.000 solicitantes de asilo em 2015, ou seja, mais de 1% da população. No entanto, manteve um discurso polido, distante das declarações abertamente xenófobas que caracterizavam seu partido anteriormente.
Durante a campanha, Hofer, militante desde a juventude do FP; e vice-presidente do Parlamento desde 2013, centrou seu discurso no emprego e no nível de vida dos austríacos, e assegurou que não gostaria de tirar seu país da UE, a menos que a Turquia entre no bloco.
O novo presidente assumirá o cargo em 8 de julho para um mandato de seis anos.