Agência France-Presse
postado em 23/05/2016 19:25
Buenos Aires, Argentina - Um tribunal argentino condenou um ex-secretário de Segurança e um ex-chefe policial a 4 anos e nove meses e 4 anos de prisão, respectivamente, em julgamento pela morte de cinco manifestantes durante a repressão da rebelião popular que derrubou o ex-presidente Fernando de la Rúa.
De la Rúa, do partido conservador social-democrata Unión Cívica Radical (UCR), que agora compõe a aliança do governo de Mauricio Macri, foi absolvido destas acusações em novembro de 2010.
Enrique Mathov, que era o número dois do Ministério de Segurança, foi condenado pelos crimes de homicídio e lesões a quatro anos e nove meses de prisão, além da perda do mandato por 9 anos e meio.
Rubén Santos, que era chefe da Polícia Federal de De la Rúa, foi condenado a quatro anos.
Dois ex-chefes da Polícia, Raúl Andreozzi e Norberto Gaudiero, foram condenados a três anos e seis meses e três anos de prisão, respectivamente, enquanto outros quatro policiais receberam sentenças de três anos de prisão. Oito acusados foram absolvidos.
O processo abordou a morte de cinco manifestantes, além dos ferimentos a cem pessoas, ocorridos nos arredores da Praça de Maio, no centro de Buenos Aires. A repressão policial nos dias 19 e 20 de dezembro de 2001, deixou 30 vítimas fatais em todo o país.
As mobilizações contra De la Rúa e uma onda de saques nas principais cidades se alastraram em 2001 quando foi implementado um ajuste de baixa nos salários recomendado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Durante o julgamento, que começou em 2014, 500 testemunhas foram ouvidas. A defesa ainda pode recorrer.