Agência France-Presse
postado em 24/05/2016 09:24
A conferência internacional sobre o Oriente Médio, por iniciativa da França, será realizada no dia 3 de junho em Paris, e o secretário americano de Estado, John Kerry, participará do evento, afirmou nesta terça-feira (24/5) o primeiro-ministro francês, Manuel Valls."Os israelenses sabem que esta conferência internacional será realizada no dia 3 de junho em Paris, sabem que os americanos, por exemplo, estarão presentes com o secretário de Estado John Kerry", disse Valls em uma entrevista concedida em Jerusalém à rádio francesa Europe 1.
"Também sabem que é preciso dialogar a qualquer custo com os países árabes, penso em Egito, em Jordânia, mas também amanhã, inquestionavelmente, com a Arábia Saudita", acrescentou Valls. "A força" da França "é sua capacidade de falar com todos", acrescentou.
Benjamin Netanyahu rejeitou na segunda-feira o projeto francês de conferência internacional para reativar os esforços de paz com os palestinos, e propôs que Paris acolha negociações bilaterais israelenses-palestinas, segundo ele "o único meio de avançar em direção a paz".
O projeto francês é organizar até o fim do ano uma conferência de paz internacional. Para assentar as bases desta conferência, vinte ministros das Relações Exteriores e representantes de organizações internacionais se reunirão no dia 3 de junho em Paris, sem a presença de israelenses ou palestinos.
Netanyahu sempre se opôs à ideia de uma conferência internacional e se ofereceu em diversas ocasiões para se reunir com o presidente palestino, Mahmud Abbas. A única novidade é que as negociações bilaterais seriam realizadas em Paris.
Manuel Valls argumentou que "esta conferência internacional é útil porque criará as condições, amanhã, de um marco no qual palestinos e israelenses se falarão diretamente". "O status quo é uma bomba-relógio, e porque somos amigos de Israel e dos palestinos consideramos que a paz é necessária", acrescentou.
"Não fazemos isso pelas costas dos israelenses ou palestinos, fazemos com a vontade de restabelecer um diálogo equilibrado entre as duas autoridades, entre os dois governos, para levar (...) à criação de dois Estados, um israelense, um palestino", explicou.