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Jovens do Vietnã comunista questionam Obama sobre rap, maconha e juventude

Uma rapper relativamente conhecida, Suboi, ao explicar a ele como era difícil exercer sua arte no país, entoou ao líder americano um rap em vietnamita



Todos os jovens reunidos eram membros da YSEALI (Young Southeast Asian Leaders Initiative), um programa americano de formação de "líderes do futuro" que Barack Obama espera que seja mantido por seu sucessor na Casa Branca. Várias vezes, os temas sobre sua trajetória política e seus sonhos de juventude foram citados no encontro, após um início repleto de perguntas bastante formais.

Sonhar com um pai

O presidente americano lembrou que cresceu sem um pai, sendo educado pela mãe e pelos avós. Após um período de raiva, "ao crescer me dei conta de que, em vez de me preocupar pela ausência do meu pai, deveria me perguntar o que podia fazer para assumir mais responsabilidades em minha própria vida", explicou diante de um auditório atento.

Nas ruas de Ho Chi Minh - muitos continuam chamando de Saigon - milhares de pessoas se reuniram durante a passagem do comboio de Obama, com bandeiras e cartazes com as frases: "Bem-vindo a Saigon, senhor presidente, te amamos".

Este é um ambiente de festa incomum num país onde as manifestações são proibidas e as vozes discordantes ou opositoras caladas. Na multidão, Tran Huu Duy, de 22 anos, jovem formado em Arte, lamenta não ter participado do debate. Barack Obama "é o homem mais poderoso do mundo, mas é muito próximo do povo, não é como nossos líderes, que a única coisa que fazem é usar ternos e recitar estereótipos".

"Os líderes no Vietnã não são uma fonte de inspiração para os jovens. Se uma pessoa quer se tornar líder aqui, deve ter dinheiro ou familiares bem colocados entre as instâncias comunistas", acrescentou.