Mundo

Parlamento francês adota novo projeto de lei contra terrorismo

O ministro da Justiça Jean-Jacques Urvoas comemorou o fato de que "este texto vem para consolidar um modelo francês de luta contra o terrorismo"

Agência France-Presse
postado em 25/05/2016 13:54

Paris, França - O parlamento francês aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei sobre a luta contra o crime organizado e o terrorismo, que deverá substituir a partir do final de julho o estado de emergência em vigor no país desde os ataques de novembro.

Após os deputados na semana passada, os senadores da maioria socialista, assim como os centristas e os da oposição de direita votaram pela aprovação do presente projeto de lei de "luta contra o crime organizado, o terrorismo e seu financiamento", que também lida com "eficiência e garantias do processo penal".

Este texto prevê uma série de medidas: aumento dos instrumentos de investigação concedidos à procuradoria, possibilidade de realizar operações à noite, interceptação de correspondência eletrônica, interceptação de conversas telefônicas, ou a criação de novas infrações sancionando a consulta habitual de sites que fazem apologia ao terrorismo, etc ...

Outra medida fundamental é a possibilidade de prisão domiciliar por um mês de indivíduos que retornarem de "zonas de operações de grupos terroristas", como a Síria, mas contra os quais não há provas suficientes para justificar uma prisão preventiva.


Também oferece a possibilidade de revista integral dos detidos, instauração de um regime mais rigoroso de aplicação de penas a acusados de terrorismo, com novas regras para garantir a "prisão perpétua real".

O ministro da Justiça Jean-Jacques Urvoas comemorou o fato de que "este texto vem para consolidar um modelo francês de luta contra o terrorismo".

"Com este texto (..), armamos a República para lutar contra o terrorismo e o crime organizado sem recorrer ao estado de emergência", disse o relator Michel Mercier: "a ameaça é latente e permanente, por isso precisamos de ferramentas permanentes em nossa lei comum".

Os ecologistas e comunistas votaram contra o projeto, dizendo que é "um declínio significativo dos Direitos Fundamentais", que "vai resultar em alguma condenação da França" pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, de acordo com a deputada Esther Benbassa.

O estado de emergência implementado após os ataques terroristas de 13 de novembro, que mataram 130 pessoas, foi prorrogado pela terceira vez na semana passada pelo parlamento.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação