Os Estados Unidos suspenderam o fornecimento de bombas de fragmentação para a Arábia Saudita, utilizadas pela coalizão árabe liderada por Riad contra a rebelião xiita no Iêmen, informou neste sábado (28/5) a revista especializada Foreign Policy.
Um funcionário do governo americano disse à AFP que Washington sabia que "a coalizão liderada pelos sauditas utilizava bombas de fragmentação no conflito no Iêmen", especialmente em áreas onde residem civis.
"Nós levamos muito a sério essas preocupações e estamos à procura de informações adicionais", indicou o funcionário sem comentar sobre as revelações da revista.
Segundo a publicação, a Casa Branca foi pressionada pelo Congresso e organizações de defesa dos direitos humanos, e pela primeira vez deu um passo concreto sobre o assunto para congelar a entrega de bombas de fragmentação a seu aliado saudita.
Os Estados Unidos apoiam a monarquia sunita em sua intervenção militar desde março de 2015 no Iêmen, especialmente com apoio logístico e equipamentos de defesa.
Mas nos últimos meses, a diplomacia americana tem repetidamente manifestado preocupação com o número de mortes de civis por bombardeios da coalizão no Iêmen.
O conflito iemenita começou depois que uma ofensiva, em julho de 2014, dos xiitas huthis, que tomaram a capital Sanaa e vastas regiões. Uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita em apoio ao presidente Rabbo Mansur Hadi freou em março de 2015 seus avanços.
O conflito neste país do sudoeste da Península Arábica, deixou 6.400 mortos, 30.500 feridos e 2,8 milhões de deslocados em pouco mais de um ano, de acordo com estimativas da ONU.