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Inundações deixam 9 mortos na Alemanha; França ameaçada por novos temporais

"A água subiu tão rápido que praticamente ninguém teve tempo de fugir", disse a polícia.

Agência France-Presse
postado em 02/06/2016 11:44

O número de mortos subiu para nove na Alemanha nesta quinta-feira (2/6), enquanto a França registrou sua primeira vítima devido às chuvas torrenciais que atingem ambos os países.


Um homem de 74 anos que montava a cavalo morreu arrastado pelas águas no departamento de Seine-et-Marne, ao sul da região de Paris, anunciaram as autoridades locais nesta quinta-feira.

Na quarta-feira, foi encontrado o corpo de uma mulher de 86 anos nesse mesmo departamento, mas as autoridades ainda não sabem se a morte está relacionada com as inundações dos últimos dias.

Na Baviera, no sudeste da Alemanha, as inundações mataram nove pessoas e deixaram outras três desaparecidas - um homem de 65 anos e um casal de idosos, indicou à AFP um porta-voz da polícia local.

"Tememos o pior", acrescentou este porta-voz, preocupado pelos desaparecidos que estão sendo procurados ativamente.

As autoridades também encontraram o corpo de um homem, acrescentou posteriormente a mesma fonte, sem informar se trata-se de um dos desaparecidos.

Na localidade alemã de Simbach am Inn, epicentro das inundações na quarta-feira, o nível de água baixou, depois de ter alcançado em algumas regiões os telhados das casas.

Foi nesta pequena cidade de 10.000 habitantes, perto da fronteira austríaca, que os socorristas descobriram em uma casa inundada quatro corpos de mulheres, três delas da mesma família.

A água subiu tão rápido que praticamente ninguém teve tempo de fugir", disse a polícia.

"Choro pelas pessoas que morreram nas inundações, estou junto com as famílias devastadas pelas catástrofes. (...) Esta situação de urgência mostra que na Alemanha somos solidários", declarou a chanceler alemã, Angela Merkel.

Após visitarem os locais inundados, o ministro bávaro das Finanças, Markus S;der, falou de um "tsunami de chuva" e a ministra bávara do Meio ambiente, Ulrike Scharf, de inclemências "de dimensões nunca vistas", atribuindo-as às mudanças climáticas.

No norte da Áustria, aonde os bombeiros interviram centenas de vezes na quarta-feira, a situação voltou quase à normalidade nesta quinta-feira.

Alerta na França

Na França, após "um dia de calma relativa" na quarta-feira, são esperadas novas chuvas para esta quinta, advertiu o serviço meteorológico francês.

Na região parisiense e na região vizinha de Centro-Valle de Loira, nove departamentos ainda estão em alerta, com mais de 20.000 lares sem eletricidade.

Em Paris, o nível do rio Sena subiu até alcançar 5,10 metros, e as autoridades calculam que pode chegar a 6 metro na sexta-feira.

Nas margens do Sena, o museu do Louvre está sob "alerta geral de inundação" e permanecerá fechado na sexta-feira para evacuar "de forma preventiva" as obras conservadas nos depósitos, indicaram os responsáveis pelo local.

O Museu d;Orsay também cancelou sua abertura noturna nesta quinta-feira.

Devido à inundação dos cais em ambos os lados do Sena, o transporte fluvial foi interrompido. A linha de trem regional que atravessa a capital e algumas rodovias foram fechadas.

A situação segue tensa e difícil em várias regiões, reconheceu o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, que foi constatar os danos nas ruas inundadas de Nemours, uma das cidades mais afetadas, 80 km ao sul de Paris. Em alguns lares desta localidade, a água superou os níveis alcançados durante a inundação de 1910 (4,25 m).

"Vivo aqui há 60 anos e nunca havia visto algo comparável", disse Sylvette Gounaud, moradora de Nemours.

Valls anunciou a criação de "um fundo excepcional de apoio" às vítimas. Algumas pessoas precisaram passar a noite em ginásios da cidade, como em Nemours e Longjumeau (a sudoeste de Paris).

Nestas localidades, cujos centros ficaram inundados, pequenas embarcações levavam à terra firme os habitantes privados de eletricidade e calefação, constataram fotógrafos da AFP.

O presidente francês, François Hollande, anunciou que o estado de catástrofe natural seria reconhecido a partir da próxima quarta-feira, durante o Conselho de Ministros.

Desde as primeiras chuvas de domingo foi necessária a intervenção de 10.000 bombeiros em todo o território francês, segundo as autoridades.

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