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Sanders promete 'trabalhar' com Hillary para derrotar Trump

"Falei rapidamente com a secretária Hillary na terça à noite e cumprimentei-a por sua fortíssima campanha", afirmou Sanders, após o encontro na Casa Branca

Agência France-Presse
postado em 09/06/2016 17:51

Bernie Sanders ainda não admite sua derrota, mas adotou um tom mais conciliador, ao manifestar sua vontade de trabalhar com Hillary Clinton, que será a candidata democrata na corrida presidencial, para vencer Donald Trump nas urnas em novembro próximo.

Depois de se reunir por uma hora com o presidente Barack Obama na Casa Branca e sem se referir a essa conversa, o senador por Vermont estendeu a mão à ex-secretária de Estado.

"Falei rapidamente com a secretária Hillary na terça à noite e cumprimentei-a por sua fortíssima campanha", afirmou Sanders, após o encontro na Casa Branca.

"Estou ansioso para encontrar com ela em um futuro próximo para ver como podemos trabalhar juntos para derrotar Donald Trump e criar um governo que represente todos nós, e não apenas o 1%", completou.

Embora continue na disputa, tecnicamente, já se sabe que sua adversária será anunciada candidata oficial do partido à Presidência dos EUA na Convenção Nacional Democrata, que acontece na Filadélfia, no final de julho.

"Na minha cabeça, como para a maioria dos americanos, Donald Trump seria, claramente, um desastre como presidente dos Estados Unidos", acrescentou.



"É inacreditável, para mim, e eu digo isso com toda sinceridade, que o Partido Republicano tenha um candidato a presidente que, no ano de 2016, faça da intolerância e da discriminação a pedra angular de sua campanha", comentou Sanders.

"É óbvio que farei tudo que estiver em meu poder - e vou trabalhar o mais duro que eu puder - para garantir que Donald Trump não seja presidente dos Estados Unidos", insistiu.

Também sem fazer comentários sobre seu encontro com Bernie Sanders, Obama anunciou seu apoio a Hillary: "estou com ela", disse ele em uma mensagem de vídeo.

Ainda assim, Obama não pretende forçar a mão com os partidários - jovens e entusiastas - de "Bernie" e de sua "revolução política". A corrente de simpatia provocada pelo congressista surpreendeu por sua amplitude: 12 dos 27 milhões de eleitores que participaram das prévias democratas se pronunciaram a seu favor.

"Temos bem claro quem será o candidato, mas acredito que devemos ser elegantes e deixá-lo que decida por si mesmo", afirmou o vice-presidente Joe Biden, em relação a quando Sanders anunciará que se retira da disputa.

;Energia e novas ideias;

Depois de parabenizar a ex-primeira-dama por sua vitória, Obama insistiu em destacar a contribuição de "Bernie" para a mobilização de milhões de americanos, assim como seu compromisso com temas como a luta contra as desigualdades, ou o financiamento dos partidos políticos.

"Foi saudável para o Partido Democrata ter tido uma primária disputada", declarou o presidente a Jimmy Fallon, do programa The Tonight Show.

"Acho que Bernie Sanders trouxe grande energia e novas ideias. Acho que fez de Hillary uma candidata melhor", disse Obama ontem (8), referindo-se a Sanders.

"Minha esperança é... é que, ao longo das próximas duas semanas, sejamos capazes de acertar as coisas", acrescentou.

Os mais ardorosos partidários de Sanders apresentam forte rejeição a Hillary Clinton. Para eles, a ex-secretária simboliza o establishment político, alheio às realidades do povo. Outros, com uma atitude mais pragmática, são favoráveis a que o senador encerre agora sua campanha.

Nesse segundo grupo está o ator Mark Ruffalo, que felicitou Hillary Clinton por sua "vitória histórica" na última terça-feira (7), ao mesmo tempo em que convocou "a família Sanders a continuar defendendo nossos valores progressistas".

"Sou muito bom em matemática e sei que o combate que nos espera é muito, muito difícil, mas continuaremos brigando por cada voto, por cada delegado", disse Sanders na terça à noite, depois de perder as últimas primárias importantes.

Seus partidários esperam pressionar o partido com o objetivo de mudar as regras do jogo nas prévias de 2020.

Uma de suas reivindicações é diminuir o peso dos chamados "superdelegados" - lideranças com cargos eletivos (presidentes, vices, congressistas, governadores e prefeitos) -, que não são designados nas prévias e têm a liberdade de se pronunciar a favor de qualquer candidato durante a Convenção. A adesão de "superdelegados" a Sanders é baixa.

Para Neil Sroka, da organização política Democracy for America, ligada ao senador, "a magnitude do alinhamento do partido a Hillary Clinton dependerá da forma como ela vai-se apropriar da revolução política e das problemáticas progressistas que definiram a campanha" do veterano "socialista democrático".

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