Agência France-Presse
postado em 20/06/2016 13:34
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) lançou nesta segunda-feira (20/6) uma contraofensiva para afrouxar o cerco ao seu reduto de Minbej, no norte da Síria, recuperando duas aldeias controladas pelas forças árabe-curdas apoiadas pelos Estados Unidos.De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o EI enviou um pequeno grupo de combatentes, incluindo um dirigindo um carro-bomba, para duas aldeias e três vilarejos ao sul de sua fortaleza sitiada pelas Forças Democráticas da Síria (FDS).
Estas aldeias haviam sido recuperadas recentemente pela aliança árabe-curda, que lançou uma ofensiva em 31 de maio. "O EI tenta defender Minbej e envia combatentes para atacar as FDS nessas aldeias", observou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH. "O Daesh (sigla em árabe do EI) tem executado os habitantes locais", acrescentou, incapaz de fornecer um número de mortos.
As forças da coalizão liderada pelos Estados Unidos realizaram nesta segunda-feira ataques aéreos massivos para defender essas aldeias, matando 42 jihadistas, de acordo com o OSDH. Nos combates, as FDS perderam cinco dos seus membros.
As FDS sitiam Minbej há dez dias, mas tiveram seu avanço freado pelos ataques suicidas do EI. Os extremistas controlam desde 2014 esta cidade, localizada entre a fronteira turca e Raqa, a capital de fato do EI na Síria. Mais a leste, o EI também oferece alta resistência em Tabqa, uma localidade atacada desde o início do mês pelas forças do regime apoiadas pela aviação russa.
Depois de avançar no domingo e ficar a sete quilômetros do aeroporto de Tabqa, controlado pelos extremistas, os combatentes pró-governo foram forçados a recuar nesta segunda-feira em cerca de 20 km a partir desta base militar, perdendo várias posições em favor do EI.
De acordo com o OSDH, 21 extremistas e 32 combatentes leais ao governo morreram nas últimas 24 horas nos combates. "O EI enviou 300 combatentes de Raqa para Tabqa para defender a cidade", disse Abdel Rahman.
O conflito na Síria, iniciado por manifestações pedindo reformas, se complicou ao longo dos anos com uma multidão de atores sírios, regionais e internacionais, e principalmente desde o fortalecimento de grupos extremistas como o Estado Islâmico (EI). A guerra já matou mais de 280.000 pessoas e obrigou a milhões de sírios a abandonar seus lares.