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Próximas 24 horas serão cruciais para o futuro do Reino Unido e da UE

A saída do Reino Unido da União Europeia provocaria um choque econômico, principalmente para as empresas

Agência France-Presse
postado em 22/06/2016 12:25
Os executivos de mais da metade das 100 principais empresas britânicas pediram nesta quarta-feira o voto a favor da União Europeia (UE), a 24 horas de um referendo determinante para o futuro britânico e europeu. A saída da UE provocaria "um choque econômico", especialmente doloroso para as pequenas empresas, afirmam 1.300 empresários, incluindo executivos de 51 das 100 maiores empresas britânicas, as que integram o índice FTSE da Bolsa de Londres, em uma carta publicada no jornal The Times.

Primeiro-ministro David Cameron falou hoje sobre o referendo que vai decidir sobre o futuro do Reino Unido e da UE

Com as pesquisas apontando uma pequena vantagem à permanência no Reino Unido, os dois lados apostam suas fichas no último dia da campanha, que será marcado pelo último grande tributo à deputada Jo Cox, pró-UE, que foi assassinada na quinta-feira passada por um homem que gritou lemas da extrema-direita durante o crime.

[SAIBAMAIS]Entre os signatários da carta dos empresários estão Richard Branson, do grupo Virgin, e o proprietário da agência de notícias financeiras Bloomberg, o americano Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York. "A saída do Reino Unido da UE se traduziria em mais incerteza para nossas empresas, menos comércio com a Europa e menos postos de trabalho", afirma o texto dos executivos.

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As empresas dos signatários da carta têm 1,75 milhão de funcionários. "A permanência do Reino Unido na UE significaria o contrário: mais certeza, mais comércio e mais emprego. A filiação à UE é boa para as empresas e boa para os empregos britânicos", afirmam no texto. "As pequenas empresas e seus funcionários são particularmente vulneráveis a qualquer choque econômico, como o que aconteceria com a saída".

No outro extremo, 100 proprietários de pequenas empresas publicaram uma carta no tabloide sensacionalista The Sun em que pedem a ruptura com Bruxelas. "A UE não é mais hoje em dia um acordo comercial. É um projeto destinado a criar uma união política e econômica gigante", criticam os empresários pró-Brexit.

Vinte e quatro horas cruciais

O primeiro-ministro britânico, o conservador David Cameron, cuja aposta pessoal ao convocar o referendo e defender a UE pode custar seu cargo em caso de derrota, recordou mais uma vez que a decisão será "irreversível", em uma entrevista à BBC. "Não há volta atrás se votarmos pela saída. É uma decisão irreversível", disse Cameron, antes de rebater um dos principais argumentos dos partidários do Brexit, como é conhecida a opção de saída britânica da UE: "A ideia de que não somos independentes não é certa".

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Cameron recorreu mais uma vez ao tom de Winston Churchill que dominou seus últimos discursos, em um movimento direcionado às gerações mais idosas - e com tendência maior de votar pela saída. "Sou profundamente patriótico, não nos invadiram nos últimos 1.000 anos, temos instituições que nos prestam um bom serviço", afirmou, antes de prometer oposição a qualquer tentativa de avanço para a construção dos "Estados Unidos da Europa".

No lado do Brexit, o ex-prefeito de Londres Boris Johnson iniciou a quarta-feira em um mercado da capital inglesa, em um último dia de campanha intenso para convencer os indecisos, que segundo as pesquisas alcançam 10%. "Estamos nas últimas 24 horas. É um momento crucial, muitas pessoas estão tomando sua decisão, e espero que acreditem em seu país, que acreditem no que fazemos", disse no mercado de peixes de Billingsgate.

O líder trabalhista Jeremy Corbyn vai protagonizar o último grande comício de seu partido a favor da UE. Mais de 100 personalidades dos dois lados se reunirão em um estúdio do Channel 4 durante a noite para discutir sobre o referendo.

Entre os participantes estará o líder do UKIP (Partido para a Independência do Reino Unido), Nigel Farage, cuja oposição feroz à imigração foi relacionada ao assassinato da deputada Jo Cox.

A morte da deputada trabalhista freou o avanço do Brexit nas pesquisas. Seu marido Darren Cox afirmou na terça-feira à BBC que ela foi assassinada "por suas posições políticas".

Nesta quarta-feira, Jo Cox completaria 42 anos. Uma procissão percorrerá o Tâmisa em sua homenagem e um ato em sua memória será organizado em Trafalgar Square, praça no centro de Londres.

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