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Justiça francesa confirma encerramento do caso de Arafat

Em 2012, os três juízes de Nanterre foram encarregados da investigação lançada depois da denúncia de Suha Arafat após a descoberta, tardia, de polônio 210 em objetos pessoais de seu marido

Agência France-Presse
postado em 24/06/2016 10:41
Versalhes, França - A justiça francesa confirmou nesta sexta-feira (24/6) o encerramento da investigação sobre o suposto assassinato do líder palestino Yasser Arafat, que morreu em 2004 em um hospital próximo de Paris. "O encerramento do caso foi confirmado após a rejeição do recurso apresentado sobre a anulação de uma prova", anunciou uma fonte judicial.

Convencidos de que a justiça francesa encerrou rápido demais o caso, enquanto que "ninguém foi capaz até hoje de explicar a morte de Yasser Arafat", Francis Szpiner e Renaud Semerdjian, advogados da viúva, Suha Arafat, contestaram em setembro de 2015 a decisão de encerrar o caso junto ao tribunal de apelações de Versailles, perto de Paris, e pediram a anulação de uma prova-chave da investigação. O tribunal de Versalles rejeitou tal anulação.

Os três magistrados encarregados do caso, que seguiram uma recomendação da procuradoria, consideraram no ano passado que "após investigações (...) não foi provado" que o presidente da Autoridade Palestina, morto em 2004 na França, foi assassinado, de acordo com a procuradoria de Nanterre (oeste de Paris). Nenhum indiciamento foi apresentado neste caso.

As causas da morte do presidente da Autoridade Palestina, que faleceu em 11 de novembro de 2004, aos 75 anos, no hospital militar de Percy, em Clamart, perto de Paris, depois de um rápido agravamento de seu estado de saúde em Ramallah, jamais foram esclarecidas.



Em 2012, os três juízes de Nanterre foram encarregados da investigação lançada depois da denúncia de Suha Arafat após a descoberta, tardia, de polônio 210 em objetos pessoais de seu marido.

No momento da morte de Arafat, esta substância radioativa muito tóxica, que matou em 2006, em Londres, o ex-agente russo Alexandre Litvinenko, era muito pouco conhecida. Em novembro de 2012, o túmulo de Arafat foi aberto em Ramallah e três equipes de investigadores franceses, suíços e russos recolheram amostras dos restos mortais do líder palestino para examiná-las.

Um centro da cidade suíça de Lausanne encontrou nas amostras de Arafat "níveis anormais de polônio", um potente elemento radioativo. Mas os especialistas franceses consideraram que a concentração de polônio e chumbo encontrados no túmulo de Arafat tinham como origem o ;meio ambiente;.

Durante exames complementares, os franceses voltaram a examinar os dados das análises realizadas em 2004 pelo serviço de proteção radiológica do exército em amostras de urina de Arafat. Estes não apontaram para polônio.

Todos os pedidos de investigações adicionais foram rejeitados pela justiça, incluindo a requisição de uma "nova análise por um colegiado internacional", além da convocação para depor dos médicos do hospital de Clamart para explicar a aparição "misteriosa" dos resultados das análises de uma amostra de urina, até então desconhecidos.

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