postado em 03/07/2016 07:50
Quando a rede terrorista Al-Qaeda atacou os Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, o presidente George W. Bush convocou os americanos à união, seis dias mais tarde, ao visitar uma mesquita, apenas seis dias depois dos atentados. Passados 15 anos, ações violentas de indivíduos que vivem no país representam um perigo muito maior do que a ação direta de organizações terroristas internacionais. O massacre na boate gay Pulse, em Orlando, no mês passado, reforçou o alerta sobre a ameaça doméstica e serviu de teste para a reação dos aspirantes ao comando da Casa Branca, em plena campanha para a eleição presidencial de novembro.
A ação de Omar Mateen, cidadão americano que atirou contra o público da Pulse e jurou lealdade ao Estado Islâmico (EI), fez convergirem desafios de diferentes ordens: o acesso às armas de fogo, os crimes de ódio contra a comunidade LGBT e a associação com o terrorismo de inspiração islâmica. Os candidatos à Presidência responderam ao episódio de formas distintas. A ex-secretária de Estado Hillary Clinton, do Partido Democrata (governista), tentou transmitir a imagem de uma líder assertiva. O empresário Donald Trump, do Partido Republicano, responsabilizou o presidente Barack Obama por permitir a entrada de imigrantes e ;importar; a ameaça.
Jennifer Kavanagh, cientista política e especialista em terrorismo doméstico do instituto de pesquisas Rand Corporation, observa que os eleitores dos EUA tendem a se ater mais a questões econômicas. Neste ano, porém, a segurança nacional ganhou mais importância na campanha. A analista acredita que ambos os candidatos devem se beneficiar dos próprios posicionamentos, de maneira distinta. ;Trump usa o apelo emocional para reunir esse aspecto do medo contra a imigração. Hillary pode se apoiar na própria experiência em política externa para demonstrar que é uma líder calma, que pensa de forma clara e que, se receber a confiança dos eleitores, tomará as decisões certas para o país;, avalia.
Kavanagh, no entanto, pondera que ainda não está claro qual será o peso específico do massacre de Orlando na decisão dos eleitores, já que ainda faltam quatro meses para a votação. ;Não notamos reações nas pesquisas de opinião, após o ataque. Acho que os eleitores que poderiam mudar de ideia quanto a um candidato já o fizeram;, arrisca.
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