Sobreviventes do Holocausto lamentaram a morte de Elie Wiesel, prêmio Nobel da Paz e sobrevivente do Holocausto. Wiesel tinha 87 anos e era um dos escritores judeus mais conhecidos por ser um dos sobreviventes do campo de extermínio de Auschiwitz durante o Nazismo. Ele morreu neste sábado (2/7).
Halina Birenbaum
"Elie Wiesel fez muito para que mais e mais pessoas no mundo soubessem dos terríveis crimes que os alemães cometeram contra os judeus, apenas porque eles tinham nascido judeus -- que desastres as pessoas são capazes de fazer umas às outras! Seus livros, e mesmo seu nome, tornaram-se símbolo dos deveres dos seres humanos de lembrar sempre. Como este grande símbolo despertado de lembrança, Eli Wiesel e suas mensagens viverão sempre nas mentes dos povos.
[SAIBAMAIS]Muito tempo depois do Holocausto, as pessoas não quiseram escutar sobre todas essas tragédias e assassinatos nos guetos, em Auschwitz e outros. Também não respeitaram os sobreviventes das minorias, já que Wiesel -- com seus trabalhos -- tornou os eventos mais próximos e famosos no mundo. O olhar sobre os sobreviventes mudou, ganhou mais compreensão. Sua morte é uma pesada perda em muitos aspectos."
Haliba Birenbaum, 86 anos, mora em Hezliya (Israel). Esteve no campo de extermínio de Auschwitz dos 13 aos 15 anos. Escapou da morte no campo Majdanek. Foi enviada à câmara de gás, mas o gás não funcionou. Em Auschwitz, teve o número de prisioneira riscado da lista de condenados à morte.
Gábor Hirsch
"Eu sei muito pouco sobre Eli Wiesel. Ele nasceu na Romênia, em uma parte do país que pertencia, antes da Primeira Guerra Mundial, à Hungria. Através do Tratado de Paz Trianon, tornou-se parte da Romênia. No início da Segunda Guerra Mundial, por meio de um pacto firmado por Adolf Hitler, tornou-se novamente parte da Hungria. Por isso, ele foi deportado com os judeus húngaros.
Depois da libertação de Auschwitz, em espaço de tempo relativamente curto, ele publicou sobre o Holocausto. Foram dele e de alguns outros ex-prisioneiros a façanha para que o Holocausto ficasse conhecido de todo o mundo. Com suas obras literárias, ele combateu o antissemitismo e lutou pela paz e pelos direitos humanos. Por suas atividades, também ganhou o Prêmio Nobel da Paz."
Gábor Hirsch, 86 anos, mora em Zurique (Suíça). Entre as piores lembranças, estão a separado da mãe, enviada à câmara de gás após chegarem a Auschwitz, e as seleções (para execuções) nos principais feriados judaicos.