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Obama: atirador 'demente' de Dallas não representa os afro-americanos

"Apesar de a semana ter sido dolorosa, acredito firmemente que os Estados Unidos não estão tão divididos quanto alguns sugeriram", disse o presidente norte-americano

Agência France-Presse
postado em 09/07/2016 16:22
O presidente americano, Barack Obama, afirmou neste sábado (9/7) que os Estados Unidos não estão tão divididos quanto alguns sugerem, após a morte de cinco policiais em Dallas (Texas).

[SAIBAMAIS]"Apesar de a semana ter sido dolorosa, acredito firmemente que os Estados Unidos não estão tão divididos quanto alguns sugeriram", disse ele, em uma entrevista coletiva ao final da reunião cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Varsóvia.

"Tem tristeza, tem raiva, tem confusão... Mas tem unidade. Não é assim que queremos ser como americanos", frisou.

Obama declarou ainda que o atirador não representa os afro-americanos, referindo-se a Micah Johnson, de 25.

"O indivíduo demente que realizou o ataque em Dallas não era representativo dos afro-americanos, assim como o atirador de Charleston não era representativo dos americanos brancos. Ou o atirador de Orlando, ou de São Bernardino, que não eram representativos dos muçulmanos", frisou.



Obama negou que os Estados Unidos estejam retornando a uma situação de protestos e de manifestações como a que marcou o país nos anos 1960, apesar dos repetidos ataques raciais e das matanças.

"Quando começamos a sugerir que, de alguma forma, há uma enorme polarização e que retornamos à situação dos anos 1960 e... Isso simplesmente não é verdade", insistiu Obama.

"Não estão sendo vistas revoltas. Não se está observando a polícia atrás de pessoas que estão protestando de maneira pacífica", completou.

Obama insistiu ainda que, depois do ataque em Dallas, "não se pode fingir" que uma legislação frágil sobre as armas seja "irrelevante".

"Se você se preocupa com a segurança dos oficiais de polícia, então não pode deixar de lado o tema das armas e fingir que é irrelevante", defendeu.

"Quando se fala de segurança e de armas, existe polarização: entre uma minoria e uma maioria de americanos que realmente pensa em que podemos ficar mais seguros com o uso das armas", comentou.

"Teremos de dar a partida nisso em algum momento. Não vou parar de falar nisso. Porque, se não falarmos sobre isso, não vamos resolver esses problemas de fundo. Isso é parte do problema", advertiu.

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