Agência France-Presse
postado em 13/07/2016 09:49
Andria, Itália - A Itália buscava entender nesta quarta-feira (13/7) o acidente ferroviário que deixou ao menos 25 mortos na véspera na região de Puglia (sul), enquanto a identificação das vítimas prosseguia. Trata-se de um dos piores acidentes ferroviários já registrados na região de Puglia, entre as mais turísticas da Itália e muito visitada durante os meses de verão (boreal). As razões desta colisão frontal entre dois trens continuava sendo um mistério nesta quarta-feira. Vários responsáveis da polícia e da empresa ferroviária que opera neste trecho que conecta Bari a Barletta se limitaram a dizer que "um destes trens não deveria estar nesta via única" no momento do acidente. O trecho entre Corato, situado no meio do caminho entre estas duas cidades do sul da Itália, e Andria, a uma dezena de quilômetros em direção a Barletta, é uma via única. Os chefes das duas estações devem entrar em acordo por telefone para deixar um trem passar em uma direção ou em outra.
O chefe do governo italiano, Matteo Renzi, prometeu nesta terça-feira que as causas da tragédia serão esclarecidas. "Não vamos parar até que as causas do acidente sejam esclarecidas", disse Renzi. O presidente, Sergio Mattarella, denunciou um "acidente inadmissível" e exigiu que as responsabilidades sejam estabelecidas com exatidão.
"Colocamos a disposição das autoridades judiciais todos os registros das comunicações entre as estações. Temos toda a informação, agora deve ser analisada", disse Massimo Nitti, diretor-geral da Ferrotramvia em um canal local.
Muitos jovens entre as vítimas
"Contabilizamos 25 mortos e duas pessoas cujos cadáveres não foram encontrados. Também há 50 feridos", disse nesta quarta-feira à AFP a defesa civil de Bari. "Não podemos excluir que existam mais pessoas entre os escombros. É um trabalho muito lento", disse Luca Cari, porta-voz dos bombeiros.
As equipes de resgate trabalharam a noite toda para buscar sobreviventes entre os ferros retorcidos do trem. Enquanto isso, os familiares das vítimas começaram a identificar os corpos de seus parentes no hospital de Bari. "Há muitos jovens entre as vítimas, tentamos nos colocar no lugar das pessoas que tentam saber se seus familiares estão entre as vítimas. Também não é fácil para nós", disse à imprensa Maria Storelli, uma das psicólogas que fornece apoio às famílias das vítimas.
"Há tempo para tudo. Agora é hora de chorar, de estar perto da família", disse Renzi na noite de terça-feira depois de visitar o lugar do acidente. O ministro dos Transportes, Graziano Delrio, se apresentará nesta quarta-feira (13/7) ante o Senado e a Câmara dos Deputados para informar sobre a tragédia.
O último acidente de trem na Itália ocorreu em novembro de 2012, quando um trem regional na Calábria (sul) se chocou contra um veículo que transportava trabalhadores romenos, matando seis pessoas. Em julho de 2013, 38 pessoas morreram quando um ônibus caiu em um barranco.