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Rapaz que atacou passageiros de trem com machado na Alemanha agia sozinho

Investigadores ainda tentam descobrir a verdadeira identidade do acusado, que chegou ao país pedindo asilo em 2015, junto da família

O rapaz de 17 que atacou passageiros de um trem na Alemanha com um machado, na segunda-feira (18/7), provavelmente agia sozinho e foi influenciado pela propagando do Estado Islâmico, afirmou hoje o ministro do Interior do país, Thomas de Maizi;re.

Investigadores ainda tentam descobrir a verdadeira identidade do acusado, que chegou ao país pedindo asilo em 2015, junto da família. O caso sublinha a dificuldade das autoridades em verificar a identidades dos milhares de imigrantes que chegam às fronteiras todos os dias. Cerca de um milhão de pessoas cruzaram a fronteira alemã no ano passado pedindo asilo, muitos da Síria, Iraque e Afeganistão.

"Algumas evidências sugerem que podemos estar lidando com um paquistanês, e não um afegão", afirmou Maizi;re. Autoridades afirmam que 70% dos que pedem asilo chegaram sem passaporte ou identificação, o que se traduz em um lento processo envolvendo testes de dialetos e questionamentos sobre os países de origem.



[SAIBAMAIS]Hans-Georg Maassen, diretor da agÊncia federal de inteligência alemã, afirma que não é incomum para refugiados fingirem pertencer a uma nacionalidade diferente, à espera de melhores chances de serem aceitos no país.

Investigadores disseram na terça-feira acreditar que o rapaz havia adotado posições crescentemente radicais nos últimos meses Em seu quarto, a polícia encontrou uma bandeira feita à mão do grupo extremista Estado Islâmico e o que seria uma carta de despedida para o pai, que pedia: "reze para que eu possa me vingar dos infieis e que eu alcance o céu".

Um agência de notícias ligada ao grupo também divulgou um vídeo do rapaz prometendo cometer uma "operação de busca pelo martírio na Alemanha", que Maizi;re confirmou como autêntica. "Este é um clássico vídeo de adeus por parte de um suicida", disse, acrescentando que não foram encontradas indicações de que ele teria recebido alguma ordem por parte do Estado Islâmico.