Agência France-Presse
postado em 25/07/2016 18:55
O Partido Democrata iniciou nesta segunda-feira (25/7), na Filadélfia, a Convenção Nacional que deve formalizar a candidatura de Hillary Clinton à presidência dos Estados Unidos, em meio a um ambiente de tensão e à crise interna.[SAIBAMAIS]A prefeita da cidade de Baltimore, Stephania Rawlings Blake, encarregou-se de abrir os trabalhos da convenção, já que a presidente do partido, Debbie Wasserman Schultz, renunciou na véspera.
O pequeno estádio Wells Fargo Center foi palco de um ensurdecedor duelo entre os seguidores de Hillary e os do senador Bernie Sanders, finalistas nas prévias do partido.
Quando a pastora Cynthia Hale, convocada para as orações de abertura dos trabalhos, pronunciou o nome de Hillary foram claras as vaias seguidas de um intenso coro "Bernie, Bernie". Os delegados da ex-secretária de Estado fizeram sua parte e devolveram com um igualmente estrondoso "Hillary, Hillary".
A convenção não deveria encontrar dificuldades para formalizar a chapa presidencial composta por Hillary e pelo senador Tim Kaine. Os democratas chegam à Convenção Nacional, porém, profundamente divididos e em crise, após o escândalo pelo vazamento de e-mails da direção do partido durante as prévias, os quais, claramente, beneficiavam Hillary.
O Comitê Nacional do Partido Democrata pediu nesta segunda-feira "sinceras desculpas" ao senador Bernie Sanders por comentários sobre sua campanha. De acordo com a nota divulgada, o partido "não tolera, nem vai tolerar linguagem desrespeitosa para com nossos candidatos".
O escândalo forçou a renúncia, ontem, da presidente do partido, Debbie Wasserman Schultz.
Na sexta-feira (22), o vazamento de quase 20.000 e-mails privados de lideranças do partido mostrou como beneficiaram a campanha de Hillary Clinton e até discutiram formas de prejudicar Sanders.
Ontem, a presidente interina do partido, Donna Brazile, disse à imprensa que "mais e-mails" virão à tona e que, certamente, haverá neles "muitas coisas, pelas quais teremos de pedir desculpas".
Foi nesse contexto, em um encontro com seus mais de 1.000 delegados prévio à abertura da convenção, que o senador por Vermont disse hoje que é necessário votar em Hillary para impedir a vitória do republicano Donald Trump.
"Em nome de todos os integrantes do Comitê Nacional, queremos apresentar nosso profundo e sincero pedido de desculpas ao senador Sanders, a seus seguidores e a todo o Partido Democrata, pelos imperdoáveis comentários feitos nos e-mails", acrescenta o comunicado, firmado, entre outros, por Donna Brazile.
De acordo com a nota, o Comitê Nacional "está adotando medidas para garantir que isso nunca mais aconteça".